Fora da prisão e com bens bloqueados, Lula passa a receber salário do PT
Lula foi funcionário do PT até ser eleito presidente da República, em 2002
Solto em novembro após 580 dias de prisão, mas com os bens bloqueados por decisão judicial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a receber, em janeiro deste ano, salário do PT na condição de dirigente político sem mandato. A informação foi antecipada pelo Globo.
A direção do PT não revelou o valor do salário do ex-presidente nem se ele é contratado em regime de CLT ou como pessoa jurídica. No partido, o pagamento de um dirigente político sem mandato costuma ser pouco inferior ao salário de um deputado federal, hoje de R$ 33.763.
Lula foi funcionário do PT até ser eleito presidente da República, em 2002. Em 2015, quando deixou a Presidência, passou a ganhar R$ 20 mil mensais provenientes de retiradas do fundo de sua empresa de palestra.
Em um depoimento, o ex-presidente afirmou receber uma pensão de cerca de R$ 6.000 como anistiado político da ditadura militar. Embora Lula tenha declarado esse valor, sua assessoria não quis confirmá-lo.
A assessoria do PT afirma que o valor do salário do ex-presidente será declarado à Justiça Eleitoral na prestação de contas do partido.
Lula deixou a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que mudou em novembro seu entendimento em relação à prisão de condenados antes do trânsito em julgado (fim dos recursos).
O petista foi preso após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Ele foi considerado culpado em primeira e segunda instância e depois no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Lula também foi condenado no caso do sítio de Atibaia (SP) em primeira instância e depois no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
Além das duas condenações, ele é réu em outros seis processos que tramitam tanto na Justiça Federal do Paraná como no Distrito Federal e em São Paulo.
A defesa de Lula tem negado todas as acusações desde a apresentação das denúncias e classificado a atuação dos investigadores como perseguição política.
No período em que Lula esteve preso, as finanças do petista passaram por deterioração.
O ex-juiz federal Sergio Moro, então responsável pela Operação Lava Jato, bloqueou mais de R$ 600 mil de contas bancárias e cerca de R$ 9 milhões que estavam depositados em dois planos de previdência privada do ex-presidente. Além do dinheiro, apreendeu quatro imóveis e dois veículos. Também sofreu bloqueio o espólio da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro de 2017.
O Instituto Lula chegou a promover um leilão de fotos doadas por diferentes fotógrafos profissionais com imagens do petista nas últimas décadas e arrecadou cerca de R$ 624 mil para pagar dívida e cobrir despesas com advogados.
Com o estrangulamento financeiro, o Instituto Lula fez cortes na equipe, e o PT passou a bancar um auxiliar para o ex-presidente em Curitiba.
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