Governo Bolsonaro ataca The Economist após reportagem crítica mostrar Cristo Redentor sem ar
Secretaria de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) acusa a revista britânica de produzir uma narrativa "falaciosa, histriônica e exagerada"
Em uma sequência de 23 tuítes neste domingo (6), a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) atacou a revista The Economist após a reportagem especial “É hora de ir embora”, sobre o Brasil, com dez páginas que abordam temas como economia, corrupção, Amazônia e as perspectivas para o país.
Uma das críticas traduziu incorretamente termo da revista britânica. A Secom afirma que a The Economist defendeu a eliminação do presidente. A frase correta é “a prioridade é derrotá-lo nas urnas” e não “a prioridade é eliminá-lo”.
“Estaria o artigo fazendo uma assustadora apologia ao homicídio do presidente?”, pergunta um dos tuítes da Secom, o de número 14.
A Secom do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) acusa a revista britânica de produzir uma narrativa “falaciosa, histriônica e exagerada”.
“A revista The Economist enterra a ética jornalística e extrapola todos os limites do debate público”, diz o primeiro tuíte. “Com o objetivo de atacar o presidente da República e influenciar os rumos políticos do Brasil, destila uma retórica de torcida organizada e acaba, na verdade, atacando o intenso trabalho do governo do Brasil, a autonomia da nação brasileira e os brasileiros como um todo.”
Em um dos trechos do caderno especial, a revista afirma que é preciso realizar reformas, combater a corrupção e defender a Amazônia, “mas será difícil mudar o rumo enquanto Bolsonaro for presidente. A prioridade mais urgente é tirá-lo pelo voto”.
A longa resposta do governo é baseada na constatação da publicação da revista sobre as dificuldades para o país caso Bolsonaro seja reeleito.
“Do que está falando The Economist? Que curso gostariam de mudar ?”, pergunta a Secom, para em seguida listar medidas adotadas pelo governo durante a pandemia da covid-19.
São citados na sequência de tuítes o estado de emergência em saúde pública “antes mesmo de a OMS decretar pandemia”, investimentos no combate à covid-19, vacinação da população, auxílio emergencial, crescimento do PIB e até mesmo geração de empregos.
“Claro está que, com sua retórica insana, a revista busca desmerecer todo o incontestável trabalho de defesa da vida e de preservação do emprego, das liberdades e da dignidade dos brasileiros. Sob o disfarce de crítica ao presidente, a The Economist a taca a nação brasileira”, diz a resposta.
Em um trecho da reação que repercutiu nas redes sociais, a Secom faz um resumo da “narrativa do texto” da revista. “O presidente seria um ditador que estaria matando o próprio povo; seus apoiadores estariam dispostos à guerra civil e o Exército estaria disposto a intervir caso o presidente perca as próximas eleições.”
Além de responder à revista, o governo Bolsonaro questiona supostas contradições no texto do caderno especial e acusa a revista de “panfletarismo juvenil” ao apontar o risco de devastação da Amazõnia.
“Em outras palavras: parece que o desespero da Economist e do jornalismo militante, antidemocrático e irresponsável é para que o presidente da República seja ELIMINADO o quanto antes, antes que ele e seu governo concluam o excelente trabalho que fazem para o bem do Brasil”, finaliza a Secom.
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