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Secretários dizem que drenagem funcionou em São Paulo

Na avaliação do secretário, "o sistema de drenagem, a parte feita pela prefeitura, funcionou bem"


Por Folhapress Publicado 10/02/2020
Foto: Romerito Pontes/Futura Press/Folhapress

Apesar das enchentes que tomaram diferentes pontos de São Paulo nesta segunda (10), as gestões da capital paulista e do estado afirmam que os sistemas de drenagem funcionaram bem e que as cheias ocorreram em áreas localizadas próximas dos rios Pinheiros e Tietê.

O secretário municipal de Infraestrutura e Obras de São Paulo, Vitor Aly, atribui o problema a dois grandes episódios de chuva em pouco tempo. “A primeira chuva satura o solo. Quando veio a segunda chuva, o solo não tinha capacidade de absorção. A chuva foi para o sistema de drenagem, o que piorou a situação.”

O secretário afirmou que os piscinões não extravasaram. Na avaliação do secretário, “o sistema de drenagem, a parte feita pela prefeitura, funcionou bem, porque não tivemos grandes alagamentos distribuídos pela cidade”. “A concentração se deu na região dos dois rios, das marginais.”

Os dois rios, porém, cortam parte importante da cidade. Com isso, os pontos extremos sofreram com o problema.

No início da noite, segundo a administração, 70% dos piscinões tinham menos de um terço de sua capacidade ocupada por água. A prefeitura afirmou que retiraria a sujeira dos reservatórios e limparia as ruas para liberá-las.

“As regiões em que ainda há problema são basicamente das subprefeituras de Lapa, Santana e Pinheiros. Outra área é na marginal Tietê, perto da ponte das Bandeiras”, disse o secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) fez um vídeo afirmando que “o desastre seria muito maior se não tivesse sido o trabalho preventivo que a prefeitura fez nos últimos meses”.

O governador João Doria (PSDB) estava nos Emirados Árabes Unidos para lançar um escritório do estado em Dubai. De lá, recomendou que a população não fizesse deslocamentos desnecessários.

O secretário estadual do Meio Ambiente da gestão Doria, Marcos Penido, afirmou que os piscinões cumpriram sua missão, mas frisou que o sistema de drenagem não foi pensado para chuvas atípicas.

“Fevereiro é um mês chuvoso normalmente, a gente fala em torno de 220 mm de chuva no mês inteiro –66% foi nessa madrugada. Você tem um sistema de drenagem previsto para essa média histórica.”

Penido afirma que o fato de a chuva ter ocorrido em toda São Paulo e em partes da região metropolitana dificultou o enfrentamento da situação. “Além da chuva imediata, que vai para o rio, temos todos os afluentes colaborando. Tivemos extravasão de Perus, Paciência, Zavuvus, Pirajussara, Tamanduateí”, disse.

O secretário citou também cidades da Grande São Paulo com problemas intensos, e afirmou que o governo estadual montou uma sala de situação, operando comportas e bombeando a água.

Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, há ao menos 17 obras de drenagem da prefeitura, a maioria delas atrasada, em curso.

A administração municipal, responsável pelas obras, afirma que inaugurou 8 piscinões, 5 deles no último ano. Segundo Aly, os locais onde esses equipamentos foram instalados já tiveram reflexos positivos neste verão –ele citou piscinões no Tremembé (zona norte) e no Ipiranga (zona sul).

Uma das críticas ao modelo de drenagem de São Paulo é que muito do investimento se concentrou em piscinões e canalizações de córregos, e pouco em aumentar a permeabilidade do solo ante o aumento das médias de chuva.

“Estamos tentando mudar isso, trabalhando com a ideia de fazer reservatórios drenantes, que levem a água para lençóis freáticos”, disse Aly.

Para tanto, afirmou, as 104 bacias hidrográficas da cidade estão sendo mapeadas para, a partir da mancha de alagamento, planejar-se quais equipamentos e obras de infraestrutura são necessários.

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