Com lotação de norte a sul, litoral de SP tem feriado prolongado como se não houvesse pandemia
O movimento foi comparado ao dos dias de temporada de verão pelos comerciantes do litoral norte
Mesmo com a pandemia causada pelo novo coronavírus, turistas ignoraram as recomendações das autoridades sanitárias e o apelo dos prefeitos e lotaram as praias do litoral paulista durante este fim de semana prolongado. O movimento foi comparado ao dos dias de temporada de verão pelos comerciantes do litoral norte. Nesta época, a região costuma receber, em média, 1,5 milhão de turistas por fim de semana, segundo as prefeituras.
Em Santos, na Baixada Santista, toda a orla foi tomada por turistas, sob olhares atentos da Guarda Civil Municipal, que intensificou a fiscalização quanto ao uso de máscaras pelos banhistas, mas que ignorou a proibição do uso de guarda-sol e cadeiras na areia da praia.
Na terça-feira (1º), prefeitos das nove cidades do litoral sul paulista pediram ao governador João Doria (PSDB) reforço de policiais militares para atenuar superlotação nas praias e nos municípios durante o fim de semana prolongado. O pedido foi feito após um fim de semana de praias lotadas, que assustaram autoridades de saúde. Houve aglomerações ao longo de toda a orla, com grupos sentados na faixa de areia sem máscaras, fato que também ocorreu no litoral norte.
No litoral norte, a maioria dos turistas não usava máscara facial e não respeitava o distanciamento social. Guarda-sóis e cadeiras de praia eram utilizadas livremente. Também não havia fiscalização por parte das prefeituras. Na praia de Maresias, em São Sebastião, uma das mais procuradas do litoral paulista, diversos banhistas se aglomeravam para dançar funk, também sem usar máscaras. Esse tipo de aglomeração, principalmente entre adolescentes atraídos pela música, vem sendo observado na maioria das praias do litoral norte.
Em Ubatuba, na praia de Maranduba, carros com caixas de som atraiam mais pessoas para dançar funk, causando mais aglomerações. O som repetitivo e frenético do apito de um dos guarda-vidas da Praia Grande, em Ubatuba, indicava aglomerações também no mar. Sem espaço na areia, muitos banhistas preferiram ficar na água. Os poucos turistas que usam máscaras as descartavam no próprio mar.
Por volta das 14h30 deste sábado (5), a engenheira Priscila Polito de Araújo, 38, caminhava desviando de banhistas deitados na areia, para tentar encontrar um lugar livre para estender sua toalha. “Bem que me avisaram para chegar mais cedo na praia para achar um lugar, mas estava revisando um projeto na pousada e só consegui chegara agora”, lamentou. Sem achar um lugar ao sol, procurou um quiosque, onde aguardou por 40 minutos até haver mesa desocupada.
O casal Igor Valente, 36, e Ana Paula Gomes Valente, 29, de Araraquara, fotografava o movimento de banhistas na praia Grande, em Ubatuba, a partir do acostamento da rodovia Rio-Santos. “Já imaginávamos que o litoral ia ficar lotado, por isso, trouxemos nossas bikes e optamos por pedalar pela rodovia a se arriscar nessa aglomeração toda na praia”, disse Igor, apontando para a praia lotada. “Acho que estamos aproveitando mais que eles (os banhistas), pois pedalando, estamos cuidando da nossa saúde e ainda contemplando as belas paisagens das praias”, afirmou Ana.
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