Sem Carnaval de rua, milhares lotam praias no litoral de SP
O sistema Anchieta-Imigrantes, principal via de acesso ao litoral, registrou pontos de lentidão em vários momentos do dia
O veto à folia em boa parte das cidades paulistas, aliado ao céu com poucas nuvens e muito sol, levou milhares de turistas para as praias do Guarujá (82 km de SP) neste sábado (26).
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No entanto, para poder aproveitar o calor e o mar, foram necessárias doses e doses de paciência aos motoristas e passageiros, uma vez que o sistema Anchieta-Imigrantes, principal via de acesso ao litoral, registrou pontos de lentidão em vários momentos do dia.
Pela manhã e início da tarde, a viagem entre São Paulo e Guarujá tinha duração de pouco mais de três horas, com trânsito carregado nos túneis da rodovia dos Imigrantes.
Após enfrentar a viagem cansativa, o turista ainda era obrigado a exercitar a paciência até conseguir encontrar vagas para estacionar o carro, raras em dias de sol e folga prolongada.
Já na praia, sob um calor de mais de 30° C, era difícil manter o isolamento na faixa de areia, onde era possível ver guarda-sóis próximos um dos outros nas praias das Astúrias, Pitangueiras e Enseada.
Em Pitangueiras, com o mar claro, ficou fácil de ver, dos pontos mais altos, diversas tartarugas-marinhas no mar, corroborando com a boa qualidade da água no local, que ostentava bandeira verde, segundo a Cetesb.
Mais afastado da água e aproveitando o sol escaldante, por volta das 13h30, estava o gerente financeiro Alexandre Assis, 34, que procurou um ponto fora da aglomeração na praia das Astúrias para se bronzear.
Segundo ele, que é morador do Tatuapé (zona leste de São Paulo), sua fase de curtir blocos já passou. “Eu prefiro a praia do que o bloco. É muita briga, roubo, muita muvuca. A praia você vem, fica na sua. Pelo menos é o que eu penso hoje.”
Assis fez questão de reclamar da elitização do Carnaval, que, em sua avaliação, ficou clara com a proibição do Carnaval de rua, mas a liberação de eventos privados. “Tiraram da rua e privatizaram para você ir num evento privado”, afirmou.
Em Pitangueiras, outra praia do Guarujá, um grupo de 15 amigos confraternizava sob o guarda-sol quando a reportagem os entrevistou. Vindos de bairros como Pinheiros (zona oeste), Moema e Ipiranga (zona sul), eles se disseram amantes dos blocos de rua e citaram alguns, como “Casa Comigo”, “Vou de Táxi” e “Tarado Ni Você”.
No entanto, todos foram unânimes em dizer que a condição atual da pandemia os fez deixar de curtir os blocos e procurar pelo litoral. “Mesmo se tivesse, eu não iria. A viagem é mais tranquila. Deixa para quando passar [a pandemia], a gente volta com tudo”, disse o publicitário Matheus Verano, 26.
Enquanto a reportagem finalizava a conversa com Verano, seu amigo, o administrador Pedro Sá, 27, teceu críticas ao veto ao Carnaval público. “Se é um problema de saúde, não importa se é aberto ou fechado, Covid está em em todo lugar”, afirmou.
Já a enfermeira Gabriela Luduvico, 27, que faz parte do mesmo grupo, pontuou que a diferença entre estar na praia e no bloco é o espaço. “A praia é um ambiente aberto. Não estou perto da galera. Depois da praia, a gente vai para casa”, disse.
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