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Estudantes da Rede Municipal visitam exposição sobre povos indígenas

A iniciativa integra o "Abril Indígena" visando a formação de estudantes e de professores da Rede Municipal


Por Redação Educadora Publicado 17/04/2024
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Fotos: Adilson Silveira

Alunos do terceiro e do quarto anos da Emeief Tenente Aviador Ary Gomes de Castro, no bairro Tatu, visitaram na manhã desta terça-feira (16) a exposição artístico-cultural Xinãnawahu – Pensamento dos Povos, na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA)/Unicamp. A iniciativa integra o “Abril Indígena”, parceria entre a FCA e a Secretaria de Educação de Limeira, visando a formação de estudantes e de professores da Rede Municipal.

Na FCA, os estudantes foram recepcionados pela professora-doutora em Geografia, Jamille da Silva Lima, do povo indígena Payayá. Jamille mostrou um mapa com as principais guerras contra os povos indígenas, desde o século 16 – logo após a chegada dos portugueses – até os dias atuais, como a invasão garimpeira da terra indígena Munduruku, iniciada em 2010.

A importância da presença dos povos indígenas na universidade foi outro ponto abordado pela professora-doutora. Em 2019, a Unicamp realizou o primeiro “Vestibular Indígena”. Atualmente, 545 indígenas estudam na Unicamp (considerando-se os campi de Campinas, Piracicaba e Limeira). Desse total, 80 indígenas, de 20 diferentes povos, estão em Limeira. Os cursos mais requisitados são os de saúde e de ciências biológicas.

Ao ser questionada por um aluno da Tenente Aviador, por que falava a Língua Portuguesa, Jamille esclareceu que os Payayá, assim como outros povos, enfrentaram um duro processo de colonização e não falam mais a língua originária. “Meu pai era proibido de falar a língua dele na escola, se falasse, apanhava”, relatou. No entanto, ela observou que muitas palavras incorporadas à Língua Portuguesa são de origem indígena, como Piracicaba [lugar onde o peixe para] e tatu [casca, couraça].

Na sequência, os alunos tiveram oportunidade de ver diferentes grafismos indígenas usados em pinturas corporais, cestarias e na cerâmica. E ainda, conheceram utensílios domésticos, como panelas de barro, cuias e cestos. No Cine Vagalume, eles assistiram a um filme sobre a cultura indígena e a uma apresentação de dança. “Vi bastante coisa interessante aqui, não conhecia o grafismo”, disse a aluna Maria Vitória Pinto, de 9 anos.

A professora-formadora da área de História da Secretaria de Educação, Juliana Bueno, que acompanhou a visitação à FCA, falou sobre os objetivos do que ela classificou de “vivência”. “É importante que os alunos entendam a existência de outras culturas, sobretudo, por meio do contato direto com os povos indígenas”, argumentou.

O “Abril Indígena” terá outras atividades ao longo do mês. Nesta quinta (18), a exposição Xinãnawahu será levada à sede da Secretaria de Educação, no Parque Cidade, onde poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, até o dia 30. Ainda na quinta-feira, haverá uma “Aula Aberta”, com José Ángel Quintero Weir, da Universidad Autónoma Indígena Wanjirawa, sobre o tema “Fazer Comunidade e Pedagogia Nóstrica”. A formação ocorre no Teatro Nair Bello, das 9h às 16h30, por meio do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (FCA/Unicamp) e a Secretaria de Educação.

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