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Ex-alunas do Cotil devem representar o Brasil em programa da ONU

As gêmeas vão participar de vários eventos acadêmicos para debater questões globais como se fossem diplomatas


Por Redação Educadora Publicado 12/08/2024

Ex-alunas do curso de enfermagem do Colégio Técnico de Limeira (Cotil), da Unicamp, as irmãs gêmeas Hagata e Hiara Cardoso Cruz (@_irmastwins), de 19 anos, vão representar o Brasil no programa Modelo das Nações Unidas (MUN, na sigla em inglês), que vai começar em outubro deste ano, em Genebra (Suiça).

O MUN simula o funcionamento da Organização das Nações Unidas (ONU) com alunos da rede pública e privada de ensino. Realizam-se vários eventos acadêmicos em que estudantes representam países-membros da ONU e debatem questões globais como se fossem diplomatas. As simulações vão acontecer de 29 de outubro a 1º de novembro.

Baseado em uma experiência desenvolvida na Universidade de Harvard (Estados Unidos) há mais de 40 anos, o programa de simulação da ONU oferece ao aluno a oportunidade de manifestar-se, em um ambiente de negociação, sobre temas vitais, representando um país. Durante a simulação, os participantes discutem questões atuais, negociam resoluções e aprendem sobre diplomacia, relações internacionais e, com isso, o próprio funcionamento da ONU.

As irmãs Hagata e Hiara Cruz participaram do projeto Boyeb, contemplado com o prêmio Luz na Educação (LED), promovido pela Rede Globo de Televisão em parceria com a Fundação Roberto Marinho
As gêmeas Hagata e Hiara Cruz vão para a Suiça em outubro para participar do Modelo das Nações Unidas que envolve alunos da rede pública e privada de ensino

A simulação de outubro para o comitê de ensino médio está dividida em três debates: mudanças climáticas, poluição e saúde; saúde mental e juventude e iniciativa global de saúde e paz. Para Universidade os temas são: resistência antimicrobiana: acelerando as respostas nacionais e globais, erradicação da poliomielite e estratégia para acabar com a tuberculose.

“Estou extremamente honrada e ansiosa com essa viagem”, disse Hagata. “Veja só! A gente está falando de estudantes indo para a ONU. Ou seja, uma coisa grandiosa que deixa o nosso coração muito feliz”, confessa. “Saber que estudantes de escola pública conseguiram se destacar em uma imensa multidão de estudantes brasileiros é uma grande honra para nós. E esperamos não ser uma exceção.”

Hagata afirma estar feliz, mas não esconde a apreensão. O grupo que vai a Genebra precisa de recursos para cobrir parte dos custos de viagem. Ela conta que muitos começaram a trabalhar – Hiara, por exemplo, já está empregada em um hospital na cidade de Araras (SP), onde as gêmeas nasceram. “Pelas nossas contas, o custo total será de R$ 30 mil por pessoa e, por isso, estamos procurando apoio junto a empresas ou entidades”, conta.

As irmãs Hagata e Hiara participaram do projeto Boyeb, contemplado com o prêmio Luz na Educação (LED), promovido pela Rede Globo
As irmãs Hagata e Hiara participaram do projeto Boyebi, contemplado com o prêmio Luz na Educação (LED), promovido pela Rede Globo

Projeto Boyebi

 A ida para Genebra é uma decorrência direta de um projeto anterior, desenvolvido pelas irmãs quando ainda estavam no Cotil e que foi denominado Boyebi – que no idioma lingala do Congo significa saber, conhecimento.

Em 2023, as irmãs – e mais quatro estudantes do Cotil e uma professora orientadora – passaram em um processo de internacionalização promovido pela Diretoria Executiva de Relações Internacionais (Deri) e patrocinado pela Unicamp. O objetivo do programa era levar alunos para estudarem literatura africana em Portugal. O grupo do Cotil foi selecionado e esteve nas universidades de Lisboa e Coimbra.

“Essa experiência furou a nossa bolha, mudando tudo o que a gente tinha imaginado sobre literatura africana e a nossa perspectiva sobre a questão da negritude e do racismo. E foi aí que criamos o projeto Boyebi, sobre o impacto da literatura afrofuturista”, conta Hagata.

Por meio de leituras e rodas de conversa, o projeto usa a literatura africana para apresentar a estudantes noções de representatividade, valorização da cultura negra, desconstrução de estereótipos e interculturalidade, entre outros.

O projeto foi tão exitoso que ganhou o prêmio Luz na Educação (LED) – um concurso promovido pela Rede Globo de Televisão em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Depois de seis meses do processo de seleção e entre 2.300 trabalhos inscritos na categoria Estudantes, o Boyebi ficou com o primeiro lugar.

Depois do prêmio, as meninas foram procuradas pela ativista brasileira Giovana Sampaio para dar palestra em um seminário sobre conhecimento e, lá, conheceram Geniur Esplendo de Moraes Junior, que as chamou para as simulações da ONU.

Moraes Junior é presidente do Instituto Olympus MUN – entidade que tem o objetivo de democratizar o acesso de estudantes às simulações da ONU. 

Além de Hagata, Hiara e Moraes Junior, a equipe Olympus MUN contará com os seguintes delegados: Jéssica Mendes de Lima, Jean Gabriel Souza, Thaissa Fernanda de Oliveira, Luiza Geronimo Azoia, Gustavo Leónidas Esplendo, Emanuel Pereira de Andrade, Graziele Damasceno e Thawany Heic.

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