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Estudantes relatam ter sofrido racismo no Cotil e diretor diz que vai apurar acusações

Um deles teria ouvido da docente, enquanto ela explicava uma matéria no curso de Geodésia, que “na África ele seria turista, porque lá as pessoas são tão pretas, que chegam a ser azuis”


Por Ana Paula Rosa Publicado 30/03/2022

Alunos do Colégio Técnico de Limeira (Cotil), da Unicamp, procuraram a direção da escola para denunciar uma professora, que é investigada por supostas falas e posturas racistas dentro da sala de aula. Segundo o representante dos estudantes, Iury Krysriano Silva do Nascimento, um de seus colegas teria ouvido da docente, enquanto ela explicava uma matéria no curso de geodésia, que “na África ele seria turista, porque lá as pessoas são tão pretas, que chegam a ser azuis”. Ela ainda teria completado dizendo: “você é o mais preto daqui.”

A Educadora conversou com o Iury e Alice, estudantes do colégio, durante o programa Meio Dia, desta quarta-feira (30). Segundo o representante dos alunos, toda a turma ficou indignada e levou o caso para a direção. Porém, segundo o estudante, a situação não parou por aí. “Na noite desta terça-feira (29), esta mesma professora aplicou uma prova no período noturno e, neste teste, os alunos poderiam fazer um resumo em forma de consulta. Uma das estudantes escreveu em forma de protesto a frase “preto não é azul”. E a professora simplesmente retirou a prova da aluna e a mandou sair da sala”, contou.

O aluno diz ainda que uma medida tem que ser tomada, para que o ambiente do Cotil seja bom para todos, livre de racismo. “A gente está bem indignado, pois não é de hoje. Ela tem um histórico extenso não apenas com o racismo, mas também com questão de gênero, social e até xenofobia. São relatos de antes da pandemia”, comentou.

COTIL

O diretor do Cotil, José Roberto Ribeiro, explicou a situação também durante o programa Meio Dia, e disse que o colégio está apurando as acusações. “A mãe de um aluno específico também prestou queixas. Recebemos relatos que envolvem várias questões, como preconceito racial, de uma professora dentro de sala de aula”, disse.

Ele completou afirmando que a direção entrou em contato com a Diretoria Executiva de Direitos Humanos da Unimcap e com o diretor executivo do Ensino Pré-Universitário, responsável pelos colégios técnico da Unicamp. “Inicialmente, o assunto foi remetido a uma Câmara de Mediação da universidade, a qual vai ouvir todas as partes para dar um parecer de modo que o assunto volte para a procuradoria analisar e definir o próximo ato. O Cotil é sensível e se posiciona de acordo com a universidade. Mas, há um rito, um cuidado de preservar o direito garantido da versão de todos”, comentou.

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