Ex-servidor preso depõe à CPI do IPTU e disse que já pediu perdão a Deus

O ex-servidor Samuel Andrade de Souza preferiu não dar declarações à CPI do IPTU durante o depoimento dele, por meio de vídeo conferência, na manhã desta quinta-feira (8). Samuel está preso desde o dia 23 de junho, quando foi deflagrada a Operação Parasitas, do Ministério Público e da Polícia Civil.

Nos poucos momentos em que ele respondeu às perguntas dos vereadores, ele afirmou que o vereador Jorge de Freitas não sabia de nada e nem tinha conhecimento do esquema.

Samuel ainda disse que já pediu perdão à Deus e que responderá à Justiça e expor tudo o que aconteceu.

O ex-servidor ainda foi irônico com o vereador Ceará por diversas vezes. Ele chegou a citar momentos passados do vereador, para tentar desviar o foco das perguntas, e disse que sabia como funcionava uma CPI.

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O advogado dele, dr. Marco Antônio, até tentou um habeas corpus para que Samuel não depusesse à Comissão Parlamentar de Inquérito, mas devido ao feriado, a resposta da Justiça não saiu. Então, ele orientou Samuel a permanecer em silêncio.

Diante dos questionamentos dos vereadores, o advogado chegou a dizer que a insistência nas perguntas poderia caracterizar abuso de autoridade. O vereador Ceará respondeu à acusação e disse que “ninguém iria calá-lo”.

Samuel afirmou, por fim, que sempre ajudou as pessoas e que não usou cargo público para induzir ninguém e que se errou, vai responder na Justiça.

OUTROS PRESOS

A oitiva de Ricardo Dionísio Gomes estava prevista para às 9h e de Maicon Douglas Araújo, para às 13h. Os dois, também presos na Operação Parasitas, conseguiram habeas corpus para não prestarem esclarecimentos à CPI e, então, decidiram por não comparecerem.

OPERAÇÃO PARASITAS

Em 23 de junho, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP e a Polícia Civil deflagraram a Operação Parasitas para desarticular um grupo que praticava essas fraudes. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão e os alvos foram servidores e ex-servidores. A irregularidade foi constatada pela própria Prefeitura que alertou os órgãos de investigação.

CPI DO IPTU

A CPI investiga supostos atos de fraudes relativos à transferência irregular de propriedades públicas e privadas e de cancelamentos de dívidas do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

Ela foi instalada depois da deflagração da Operação Parasitas, com o objetivo de contribuir com a investigação realizada pelo Ministério Público e Polícia Civil. Integram a CPI os vereadores Elias Barbosa (PSC), presidente; Everton Ferreira (PSD), relator; Isabelly Carvalho (PT), Lu Bogo (PL) e Ceará (Republicanos), membros.

Os vereadores também disponibilizaram um endereço eletrônico para que os munícipes posam fazer denúncias. O e-mail é [email protected].

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