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Fraudes no IPTU em Limeira: investigação aponta ao menos 6 crimes e cabeça do esquema como “sociopata”

Presos estão em uma penitenciária de Guarulhos. Um dos imóveis devedores quitados de forma ilegal, por exemplo, foi no valor de R$ 60 mil, em um condomínio de luxo de Limeira


Por Nani Camargo Publicado 15/07/2022 Atualizado 18/07/2022
Fraudes no IPTU; operação do Ministério Público (MP); operação Gaeco; dinheiro apreendido
Dinheiro e objetos foram apreendidos na Operação Parasitas realizada pelo GAECO e Polícia Civil, no dia 23 de junho – Foto: José Roberto Bernardo/ Arquivo

Relatório final da Polícia Civil de Limeira sobre um esquema de fraudes no IPTU instalado dentro da Prefeitura Municipal aponta ao menos 6 crimes cometidos pelos suspeitos.

Nove pessoas foram presas no dia 23 de junho na Operação Parasitas. Dois já foram soltos e três seguem foragidos. Os presos estão em uma penitenciária de Guarulhos. A operação foi deflagrada pela polícia e pelo Ministério Público.

RELATÓRIO DA POLÍCIA CIVIL

O relatório, o qual a Educadora teve acesso, é assinado pelo delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Leonardo de Oliveira Bürger Monteiro Luiz. Ele cita 9 crimes que ensejaram o início da investigação, em fevereiro, e elementos suficientes encontrados em provas em ao menos 6 destes crimes, como:

  • organização criminosa
  • estelionato
  • violação de segredo profissional
  • falsificação de documentos públicos
  • falsidade ideológica
  • inserção de dados falsos em sistema de informação
  • corrupção passiva
  • corrupção ativa
  • ameaça
Fraudes no IPTU em Limeira
O esquema de fraudes no IPTU em Limeira foi denunciado pela própria Prefeitura – Foto: Adilson Silveira

DENÚNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO



O relatório do delegado também servirá de base para a denúncia que deve ser entregue nesta sexta-feira (15) à Justiça pelo Ministério Público.

O esquema, conforme a Educadora já mostrou, foi denunciado pela própria Prefeitura de Limeira no início deste ano, após ter identificado alterações irregulares de cadastros e propriedades imobiliárias, bem como parcelamentos e cancelamentos de tributos, beneficiando cerca de 170 contribuintes inadimplentes. O rombo nos cofres públicos chegam a R$ 3 milhões.

Segundo o relatório da Polícia Civil, a organização criminosa agia de duas maneiras:

  • 1) O grupo promovia levantamento de imóveis abandonados, com dívida de IPTU, cujos proprietários não respondiam as notificações e que, aparentemente não seriam reclamados por ninguém;

  • 2) Faziam cancelamento de tributos municipais, de maneira irregular, sem processo administrativo ou decisão do chefe da pasta, mediante orecebimento “por fora” de valores dos contribuintes inadimplentes.

O ESQUEMA DAS FRAUDES NO IPTU EM LIMEIRA

O “modus operandi” foi concluído no inquérito por meio de documentos enviados pela prefeitura, cruzamentos feitos nos imóveis devedores e, principalmente, interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.

Pelas interceptações, segundo a Educadora apurou, foram identificados que cada “ator” do esquema tinha uma tarefa: achar os imóveis devedores, correr atrás dos interessados em quitar as dívidas ilegalmente e até parcelar o pagamento destes débitos de forma que o dinheiro não entrasse nos cofres municipais, mas que, ao final, o imóvel/contribuinte apareceria no cadastro como adimplente.

Um dos imóveis devedores quitados de forma ilegal, por exemplo, foi no valor de R$ 60 mil, em um condomínio de luxo de Limeira.

AMEAÇAS E PCC


Conforme a Educadora mostrou, interceptações telefônicas apontam, inclusive, ameaças do homem cabeça do esquema ao secretário da Fazenda José Aparecido Vidotti e a outros servidores lotados em secretarias municipais.

Não está descartada, inclusive, a ligação de um dos integrantes – que está preso – à facção criminosa PCC.

O delegado, inclusive, conforme apurado pela Educadora, cita o cabeça do esquema como um “sociopata”.

EXONERAÇÕES


Quatro servidores públicos – um deles, o cabeça – foram exonerados pelo prefeito Mario Botion (PSD) um dia depois da Operação Parasitas.

Nesta quarta (14), um outro servidor também foi exonerado, desta vez “a pedido” dele próprio.

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