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Justiça acata denúncia do MP e 10 viram réus por fraudes no IPTU de Limeira

Um dos imóveis devedores quitados de forma ilegal, por exemplo, foi no valor de R$ 60 mil, em um condomínio de luxo de Limeira.


Por Nani Camargo Publicado 20/07/2022

A Justiça acatou denúncia do Ministério Público no caso envolvendo fraudes no IPTU de Limeira e, agora, os 10 investigados na Operação Parasitas viraram réus e, portanto, vão responder a vários crimes.

A partir do recebimento da denúncia, é aberto prazo de 10 dias para apresentar defesa. O caso das fraudes no IPTU está na 1ª Vara Criminal de Limeira, sob responsabilidade do juiz Rogério Danna Chaib.

Dois investigados – que foram presos e já estão soltos –  tiveram o caso arquivado. Sete estão presos e três continuam foragidos.

Fraudes no IPTU em Limeira
Foto: José Roberto Bernardo

ENTENDA O ESCÂNDALO DAS FRAUDES NO IPTU DE LIMEIRA

Ministério Público denunciou 10 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa que atuava em fraudes no IPTU em Limeira.

A denúncia foi apresentada à Justiça de Limeira pelos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Piracicaba na sexta-feira (15).

Gaeco denuncia 10 à Justiça por fraudes no IPTU em Limeira
O promotor de Justiça, Luiz Alberto Segalla Bevilacqua, do Gaeco, durante entrevista coletiva – Foto: Roberto Gardinalli/Agif/Folhapress

Os promotores Luiz Alberto Segalla BevilacquaGustavo Luís de Oliveira ZampronhoAndré Camilo Castro Jardim e Alexandre de Andrade Pereira assinam a denúncia.

ORGANIZAÇÃO CRIMONOSA E “ESQUEMA CRIATIVO”



Além das fraudes no IPTU, o esquema fazia alterações irregulares de cadastros e propriedades imobiliárias. Bem como parcelamentos e cancelamentos de tributos

Até o momento, de acordo com levantamento da própria Prefeitura de Limeira, que denunciou o esquema criminoso, cerca de 170 imóveis tiveram movimentações suspeitas em apenas seis meses.

Um dos imóveis devedores quitados de forma ilegal, por exemplo, foi no valor de R$ 60 mil, em um condomínio de luxo de Limeira.

prejuízo aos cofres públicos chega a pelo menos R$ 3 milhões.

OS 10 DENUNCIADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO POR FRAUDES NO IPTU EM LIMEIRA

  1. M.D.A.

    Funcionário público efetivo da Prefeitura Municipal de Limeira. Exercia, até a sua prisão, a função de Gerente de Divisão de Dívida Ativa da Secretaria Municipal da Fazenda.

    É apontado como o “cabeça” da organização criminosa pelo Ministério Público.

    Por ter acesso total ao Sistema Tributário Municipal, software que controla os lançamentos tributários de Limeira, ele foi parte imprescindível para a execução dos delitos.


  2. C.B.

    Atuou como servidor da Secretaria de Fazenda de Limeira, na Divisão de Dívida Ativa. Foi desligado em 20 de maio de 2021 quando passou a trabalhar para a empresa ii-Brasil, responsável pelo Sistema Tributário Municipal.

    É apontado como uma das “engrenagens principais” da organização criminosa, pois, atuava no “primeiro escalão”, ao lado de M.D.A., nas decisões mais importantes do esquema.
    Por ter a senha e conhecimento técnico do sistema tributário, sua conduta, portanto, foi fundamental para o êxito das operações ilícitas da organização.

  3. S.A.S.

    Ocupou cargo em comissão. Estava diretamente ligado aos denunciados M.D.A. e C.B. na organização criminoso conforme investigação do Ministério Público. S.A.S. atuava diretamente na captação de “clientes”, na intermediação com a cúpula da organização e na manipulação do sistema de cadastro imobiliário da Prefeitura junto à Secretaria de Urbanismo.


  4. O.V.S.

    Apontado pelo Ministério Público como “vendedor” e “operador” das fraudes, principalmente, nas adulterações de documentos, como, por exemplo, certidões de Cartórios.


  5. R.D.S.

    Indiciado por manter ligação direta com M.D.A. e C.B.. Atuava na captação de “clientes” bem como na efetivação das fraudes no Sistema Tributário.


  6. C.R.G.

    Conhecido por um apelido era “corretor” e também atuava na captação de “clientes” para a organização criminosa, de acordo com o Ministério Público. Suas tratativas eram diretas com M.D.A..



  7. C.A.L.G.

    Corretor de imóveis de prestígio em Limeira. Também chamado por um apelido estava ligado diretamente a M.D.A. e atuava na captação de “clientes” em troca de um percentual das negociações ilícitas.


  8. E.G.D.

    Também apontado pelo Ministério Público como responsável pela captação de “clientes”. As investigações apontam sua relação direta com M.D.A..



  9. A.H.

    De acordo com as investigações do Ministério Público, A.H. era uma espécie de “laranja” da organização criminosa. Ele permitia o uso do seu nome para a realização de alterações fraudulentas de cadastros bem como documentos em Cartórios de Registros de Imóveis e no Sistema Tributário da Prefeitura.


  10. S.I.S.

    Analogamente a A.H. sua participação na organização criminosa, de acordo com o Ministério Público, teve relação com fraudes em documentos, como, por exemplo, procurações e certidões.


Por fim, os ex-servidores municipais L.M.S e D.A.L. não foram indiciados. Eles tiveram suas prisões revogadas, bem como o pedido de arquivamento do inquérito.

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