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Mantenedora diz que gestor era proprietário do Isca e vai à Justiça

O Ministério Público de Limeira instaurou um inquérito civil para investigar possível prática comercial abusiva pela Associação Limeirense de Educação (Alie)


Por Nani Camargo Publicado 10/06/2024

A Alie (Associação Limeirense de Educação), mantenedora do Isca Faculdades, diz que vai à Justiça para questionar o rompimento “unilateral” de contrato feito pelo gestor da instituição e que este mesmo gestor era “proprietário” da unidade de ensino.

O gestor citado é o empresário César Denardi.

Conforme a Educadora e o eLimeira mostraram, o Isca está com sérios problemas financeiros, funcionários e professores estariam sem receber há pelo menos três meses, o Fundo de Garantia dos colaboradores registrados não estaria sendo recolhido e até mesmo o plano de saúde teria sido cortado.

Alunos do curso de Direito do Isca procuraram a Educadora e relataram que não conseguem acesso ao sistema digital da faculdade – que contem avisos, horário de aulas, provas e outras demandas do curso – e temem que a instituição feche as portas.

Leia nota enviada pela Alie

COMUNICADO

A ALIE- ASSOCIAÇÇÃO LIMEIRENSE DE EDUCAÇÃO, entidade de ensino, vem, respeitosamente, por meio do seu Presidente do Conselho Deliberativo, esclarecer o seguinte:

Em 30 de junho de 2012, autorizado pelos Conselheiros da época, a Alie aceitou a proposta apresentada, em 12 de junho de 2012, por dois cidadãos empresários, desta cidade, com o propósito de adquirir o Isca faculdade, assumindo todos os créditos e débitos existentes, passados e futuros, tanto dos encargos fiscais, trabalhistas, cíveis, além de todos os tributos que envolvem a entidade.

Todavia, passados 12 anos, a entidade foi surpreendida com uma rescisão unilateral apresentada pelo gestor/administrador da ALIE, um dos proprietários do Isca Faculdades, rescindido unilateralmente o contrato de compra e venda celebrado, deixando a entidade sem a devida prestação de contas pela movimentação dos recursos financeiros da entidade adquirida, fato este ocorrido tão logo tenha sido o gestor/administrador da alie, notificado para a prestar as devidas contas, na forma mercantil, por meio de cartório de registro desta cidade.

Imediatamente, o Conselho Deliberativo, que executa um trabalho voluntario, tomou ciência do abandono da entidade, prejudicando alunos do Curso de Direito, alguns no ultimo semestre do referido curso, iniciando reuniões diárias e tratativas com empregados sem receber salários, comissão de alunos e assumindo judicialmente as inúmeras ações cíveis e trabalhistas que envolvem a entidade mantenedora.

Em face da repercussão pública do assunto, o Conselho Deliberativo decidiu abrir novas vagas para o referido curso de Direito além de prosseguir com os já existentes, bem como dará andamento das reuniões com todos os envolvidos para o encontro de uma solução amigável envolvendo crédito de empregados e professores.

No mais, a entidade já reuniu com dirigentes da Faculdade de Medicina a fim de sub-rogar à entidade ALIE o contrato de locação do prédio ocupado, celebrado com o antigo gestor/administrador, a fim de obter recursos financeiros para dar sequencia neste enorme problema causado a entidade bem como dará sequência as ações cíveis por direito adquirido e não satisfeito pelo antigo gestor.

Limeira, 10 de junho de 2024 – LUIS MARCELO ARCARO DE ARAUJO

ENTENDA O CASO

Ministério Público de Limeira instaurou um inquérito civil para investigar possível prática comercial abusiva pela Associação Limeirense de Educação (Alie), mantenedora do Isca Faculdades.

No último dia 31, o gestor do Isca, César Denardi, pediu desligamento do cargo. Membros da Alie se reuniram nas últimas quarta (5) e sexta-feira (7) para tomar decisões sobre o que fazer.

Educadora apurou que haveria um “racha” entre a mantenedora e Denardi e que este decidiu deixar o cargo repentinamente após não conseguir quitar as dívidas da faculdade – problema que se arrasta há anos.

A Alie estuda formas de manter o curso de Direito, segundo a Educadora apurou, ou, pelo menos, manter até o fim deste ano, para não prejudicar os alunos que entrarão para o último semestre.

Advogados de Denardi procuraram a Educadora e negaram qualquer ilícito no caso. Denardi, hoje, é dono do Colégio Acadêmico, que sempre fez parte do Isca e que funciona no prédio que pertence a Alie.

No mesmo imóvel – às margens da rodovia Laércio Corte (Limeira-Piracicaba) – também funciona a Faculdade de Medicina da São Leopoldo Mandic.

Instituto Superior de Ciências Aplicadas, o Isca Faculdades, tem sua fundação em 1970. É uma das instituições de ensino mais tradicionais na região. Chegou a ter mais de três mil alunos. O curso de Direito, que já contou com 1.400 estudantes, hoje tem cerca de 120.

A portaria do inquérito civil foi aberta pelo promotor Hélio Dimas de Almeida Júnior. A apuração será conduzida pela Promotoria da área do Consumidor.

No documento, que o eLimeira teve acesso, o Ministério Público cita “aparente insolvência” do Isca Faculdades e determina, portanto, uma série de diligências.

O MP decidiu instaurar a investigação após denúncia anônima que chegou ao órgão, além da veiculação do caso pelas plataformas da Educadora.

O MP já solicitou ao presidente da Alie, Marcelo Arcaro Araújo, o envio de várias informações como:

  • cópia do contratos de locação dos imóveis da entidade, com indicação do valor atualizado dos aluguéis percebidos mensalmente;
  • contrato celebrado com César Benedicto Denardi;
  • contrato padrão utilizado com os alunos para fins educacionais;
  • quais as fontes de renda entidade;
  • número atual de alunos matriculados;
  • número de alunos por semestre;
  • valor da mensalidade

A Alie já está notificada do inquérito civil. O eLimeira entrou em contato com a mantenedora e aguarda, todavia, um posicionamento sobre o tema.

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