Operação identifica trabalhadores em condições análogas à escravidão em Limeira
Três pessoas trabalhavam e viviam em condições precárias em uma chácara, na zona rural da cidade
Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal, Vigilância em Saúde do Trabalhador e Ceprosom resultou, na terça-feira (21), na identificação de três pessoas que trabalhavam e viviam em condições precárias em uma chácara, na zona rural de Limeira. Segundo a investigação, a situação configura uma condição análoga à escravidão.
Segundo o diretor de Vigilância em Saúde, Alexandre Ferrari, que acompanhou toda a ação, diversos fatores configuram a condição análoga à escravidão, como a jornada exaustiva, a situação degradante de trabalho, risco à saúde e integridade física deles e falta de remuneração adequada. “É uma afronta à dignidade humana e a somatória disso caracteriza essa situação análoga à escravidão”, explica.
Após a verificação das condições dos trabalhadores, as autoridades, a responsável pelo imóvel e seus advogados se reuniram para assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) em que a empregadora se compromete a tomar diversas medidas, entre elas, a retirada dos trabalhadores do ambiente inadequado, o que já foi feito, e o pagamento dos direitos trabalhistas, que também deve ser imediato.
Os trabalhadores foram encaminhados para um hotel de Limeira, custeado pela empregadora, que também deve pagar pela alimentação deles. O Ceprosom faz o acompanhamento dessas pessoas, oferecendo todo o apoio necessário a elas. Além do pagamento dos direitos, os trabalhadores deverão ser indenizados por danos morais, conforme previsto no TAC.
“No âmbito municipal, a Vigilância em Saúde do Trabalhador autuou a responsável administrativamente pelas condições identificadas com as pessoas que trabalhavam no local por infração à legislação de proteção à saúde dos trabalhadores”, explica. Haverá, ainda, outras medidas, que deverão ser tomadas pelo Ministério do Trabalho e pelo Ministério Público do Trabalho.
A Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura também notificou a proprietária em relação aos animais abrigados no local. Foram encontradas irregularidades, como falta de microchipagem dos animais, de carteira de vacinação e de um veterinário responsável – devido ao número de animais. Além disso, a secretaria e a Divisão de Zoonoses farão o monitoramento desses animais até que a ela apresente uma solução permanente.
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