Sindicatos de trabalhadores de Limeira criam comitê da covid

Sindicatos de trabalhadores de Limeira criaram na quinta-feira (4), um comitê para dialogar com a Prefeitura sobre as ações de combate à covid-19. O grupo vai oficiar o Ministério Público sobre a medida e tentará reunião com o prefeito Mário Botion (PSD) na próxima semana.

“A percepção das entidades é que o Executivo Municipal tem tomado decisões sem ouvir a população. Opina um seleto grupo, formado pelo prefeito, os hospitais municipais e um pequeno grupo de servidores”, afirmou a presidente da Fetam (Federação dos Servidores Municipais do Estado de São Paulo), Eunice Lopes.

Além da federação, participaram da reunião representantes do Sindsel (Sindicato dos Servidores Municipais de Limeira), da USTL (União Sindical dos Trabalhadores de Limeira), do Sindicato dos Bancários, Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região), Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Sinecol (Sindicato dos Comerciários de Limeira e Região) e do Sindeguarda (Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Limeira e Região).

A ideia, porém, é envolver mais entidades sindicais com atuação em Limeira, lideranças políticas e órgãos como o Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) de Piracicaba, e o PST (Programa de Saúde do Trabalhador) de Limeira. Os vereadores também serão convidados a participar. Uma nova reunião do grupo foi agendada para a semana que vem.

AULAS

O tema mais urgente na agenda do comitê é a volta às aulas presenciais, que em Limeira já ocorreram na rede privada, e estão previstas para 8 de fevereiro na rede estadual, e 15 de fevereiro na rede municipal. “São 7,4 mil funcionários na educação pública e 60 mil alunos em toda a rede em Limeira. Gente que necessariamente estará exposta à pandemia, sem que os profissionais tenham condições satisfatórias de trabalho e proteção, pois podem manter o tele trabalho”, lembrou a coordenadora do Sindsel, Silvana Arado.

As entidades fecharam posição contrária às aulas presenciais, enquanto não houver vacinação de profissionais e alunos. “O secretário municipal da Educação só comunicou à Comissão Municipal da Educação o retorno das aulas presenciais depois da decisão tomada. Está realmente na hora de acionarmos o MP”, apontou a diretora da Apeoesp, Elci Peixoto.

O grupo citou o surto de covid em uma escola particular de Campinas ocorrido nesta semana, e o grande número de trabalhadores da educação que apresenta comorbidades, para justificar o pleito pelo adiamento do retorno presencial. Além das classes, citou as prováveis aglomerações de alunos nas vans escolares e destacou o desafio de criar um inédito cronograma de aulas para um efetivo parcial de alunos – as turmas serão escalonadas.

BANCOS E SUPERMERCADOS

A representante do Sindeguarda, Beatriz Maria Guedes, afirmou que servidores pertencentes aos grupos de risco estão sendo chamados ao trabalho. “Se apresentam receio, são orientados a buscarem um atestado médico. O comitê tem de intervir nesta questão junto à administração”, apontou. Outro tópico citado foi a redução da frota de ônibus do transporte público municipal, durante a pandemia.

A presidente do Sindicato dos Bancários, Ana Lúcia Ramos, lembrou as mortes de trabalhadores na categoria, alertando sobre o que pode ocorrer no retorno das aulas. Representando o Sinecol, o advogado Emerson Vieira lembrou da luta da entidade junto aos trabalhadores de supermercados, categoria que não parou as atividades e que só depois de muita insistência do sindicato viu os painéis de acrílico serem implantados nos caixas. O representante do Stial, José Moreira, reafirmou a importância de criação do Comitê para dar voz aos trabalhadores, no tocante à condução da covid.

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