580 mil vão às urnas em Hong Kong em voto de protesto contra nova lei de segurança
Votação não oficial - levada a cabo em 250 centros eleitorais - decide os candidatos pró-democracia mais fortes para disputar eleições em setembro para 70 cargos no Conselho Legislativo do território
Quase 600 mil cidadãos de Hong Kong foram às urnas neste fim de semana, no que a oposição da cidade controlada pela China disse ter sido um voto de protesto simbólico contra a lei de segurança nacional imposta recentemente por Pequim.
A votação não oficial – levada a cabo em 250 centros eleitorais – decide os candidatos pró-democracia mais fortes para disputar eleições em setembro para 70 cargos no Conselho Legislativo do território.
As filas eram longas sob o sol, e as pessoas votavam com seus celulares depois de terem suas identidades verificadas.
Os vencedores serão anunciados na noite de segunda (13), após a contagem dos votos.
Os candidatos se aproveitam de uma onda de sentimento contrário à China provocada pela lei de segurança nacional, que restringe severamente as liberdades de Hong Kong.
“Um alto comparecimento enviará um sinal bastante forte para a comunidade internacional de que as pessoas de Hong Kong nunca desistem”, disse Sunny Cheung, 24, um dos jovens democratas aspirantes.
Organizadores disseram que 582 mil pessoas votaram entre sábado (11) e domingo (12), mais do que o esperado. O número é cerca de um terço dos eleitores que defenderam os democratas em uma eleição no ano passado.
A nova lei de segurança nacional, que entrou em vigor há poucos dias, dá amplos poderes para uma agência do governo central perseguir e processar pessoas envolvidas em atividades consideradas subversivas, secessionistas, terroristas ou em conluio com potências estrangeiras contra o domínio chinês.
Para ativistas pró-democracia, que desde o ano passado tomaram as ruas de Hong Kong, a lei representa o fim do regime conhecido como “um país, dois sistemas”, no qual a antiga colônia britânica mantinha um grau de autonomia política e o capitalismo desregulado que marca as transações locais.
Na quinta-feira (9), o secretário de Assuntos Constitucionais e Continentais, Erick Tsang, disse que aqueles que “organizam, planejam e participam” das eleições primárias podem ser considerados culpados pela lei de segurança.
Apesar dessa votação tática para maximizar as chances da oposição, alguns ativistas pró-democracia temem que as autoridades ainda tentem impedir que certos candidatos concorram nas eleições de setembro.
“Eles podem prender ou desqualificar qualquer candidato que não gostem de acordo com a lei de segurança nacional sem uma razão adequada”, disse Owen Chow, um jovem candidato democrata.
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