Conflitos e desastres levaram mais de 70 milhões a deixar suas casas, afirma ONU
Foram 13,6 milhões de pessoas deslocadas no ano passado, um aumento de 2,3 milhões em relação a 2017
Os dados divulgados nesta terça-feira, 18, no relatório anual do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados mostram que o número de deslocados dobrou em 20 anos, e hoje corresponde à população de países como Tailândia e Turquia. Do total, 16,3 milhões são crianças.
“O que os dados revelam é uma tendência de crescimento no longo prazo do número de pessoas que necessitam de proteção”, afirmou o alto-comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi.
Em meio às 70,8 milhões de pessoas, há três grupos distintos. O primeiro é de refugiados, que o Acnur classifica como os forçados a sair de seus países em razão de conflitos, guerras ou perseguições. Em 2018, o número de refugiados chegou a 25,9 milhões pessoas em todo o mundo, 500 mil a mais do que em 2017.
O segundo grupo é formado por solicitantes de refúgio – pessoas fora de seus países de origem recebendo proteção internacional enquanto aguardam a decisão de seus pedidos. No final de 2018, havia 3,5 milhões de solicitantes de refúgio no mundo.
O terceiro e maior grupo é composto por 41,3 milhões de pessoas que foram forçadas a sair de suas casas, mas permaneceram dentro de seus países – os deslocados internos.
Diáspora venezuelana
O total de 70,8 milhões de deslocados é uma estimativa conservadora, especialmente porque o número reflete apenas parcialmente a crise na Venezuela.
No total, cerca de 4 milhões de venezuelanos, de acordo com dados dos países que estão acolhendo essa população, já saíram da Venezuela desde 2015, quando a crise econômica e humana se agravou.
Embora a maioria da população necessite de proteção internacional para refugiados, apenas meio milhão tomou a decisão de solicitar refúgio formalmente.
Durante o ano passado, 13,6 milhões de pessoas foram deslocadas, incluindo 2,8 milhões que procuraram proteção no exterior. Os venezuelanos representaram o segundo maior fluxo de novos deslocamentos internacionais em 2018, atrás apenas dos sírios, que fugiram da guerra.
“Os países hoje não têm respostas para a imigração e o fluxo de deslocamentos, e precisam desenvolver soluções de longo prazo que incluam inserção social dos deslocados, mas também a possibilidade de retorno para casa”, afirma Fiona Adamson, pesquisadora da Universidade de Oxford e autora de estudos sobre política migratória. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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