EUA intensificam análise de redes sociais para vistos de alunos estrangeiros

O governo dos Estados Unidos tem intensificado a análise das redes sociais de estrangeiros que solicitam vistos de estudante, como parte de um esforço para reforçar a triagem de segurança e prevenir possíveis ameaças. A medida, embora não seja nova, ganhou força nos últimos anos e está gerando debates sobre privacidade, discriminação e eficácia.

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Desde 2019, a política oficial do Departamento de Estado já previa a exigência de que candidatos a vistos informassem nomes de usuário utilizados em plataformas como Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), TikTok e outras redes populares nos cinco anos anteriores ao pedido. Agora, agências de imigração e segurança estão utilizando tecnologias mais sofisticadas, incluindo inteligência artificial, para analisar automaticamente comportamentos, postagens, conexões e interações online.

Segundo autoridades americanas, o objetivo é detectar indícios de atividades ilegais, discursos de ódio, vínculos com grupos extremistas ou qualquer sinal que levante preocupações sobre o solicitante. “Nosso compromisso é com a segurança nacional, e isso inclui garantir que todos que entrem no país, inclusive estudantes, não representem riscos”, afirmou um porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS).

A medida, no entanto, tem sido criticada por organizações de direitos civis. Grupos como a ACLU (American Civil Liberties Union) alegam que o monitoramento de redes sociais é uma invasão de privacidade e pode levar a decisões injustas ou discriminatórias. “Estudantes estrangeiros estão sendo penalizados por postagens que podem ser mal interpretadas ou descontextualizadas”, alertou um representante da entidade.

Universidades americanas também demonstram preocupação. Muitas instituições dependem da presença de estudantes internacionais, que movimentam bilhões de dólares anualmente e contribuem para a diversidade cultural e acadêmica dos campi. Um processo de visto mais rigoroso ou subjetivo pode desestimular candidatos e prejudicar a imagem dos EUA como destino de ensino superior.

Estima-se que mais de 900 mil estudantes internacionais estejam atualmente matriculados em instituições americanas. Entre os principais países de origem estão China, Índia, Coreia do Sul e Brasil.

Para os candidatos, a recomendação é clara: revisar cuidadosamente o conteúdo de suas redes antes de iniciar o processo de solicitação do visto, manter postagens públicas adequadas e garantir que os dados fornecidos sejam completos e verdadeiros. Enquanto o debate sobre o equilíbrio entre segurança e privacidade continua, a vigilância digital se consolida como mais um elemento decisivo na jornada de quem deseja estudar nos Estados Unidos.

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