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Presidente de Portugal diz que país precisa reparar crimes da escravidão

Um ano após pedir desculpas por exploração de mão de obra africana, Rebelo de Sousa fala em reparação por era colonial, mas sem dizer como


Por Redação Educadora Publicado 24/04/2024
Presidente de Portugal diz que país precisa reparar crimes da escravidão

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na noite desta terça-feira (23) que seu país é responsável por crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial e afirmou que há necessidade de reparação.

Em um evento com correspondentes estrangeiros, o social-democrata disse que Portugal “assume total responsabilidade” pelos erros do passado e que esses crimes, que incluem massacres, tiveram “custos”. “Devemos arcar com os custos”, disse.

Em abril do ano passado, Rebelo já havia dito que o país deveria se desculpar e assumir sua responsabilidade pelo comércio transatlântico de escravizados. Na época, ele foi o primeiro líder de uma nação do sul da Europa a sugerir tal atitude.

“Pedir desculpas às vezes é a coisa mais fácil de fazer. Você pede desculpas, vira as costas e o trabalho está feito”, disse ele na ocasião, após uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta terça, ao ir além e mencionar uma reparação, ele repetiu que “pedir desculpas é a parte fácil”.

“Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, afirmou, sem entrar em detalhes. Em Portugal, o presidente é chefe de Estado, não de governo —função exercida pelo primeiro-ministro, atualmente Luís Montenegro.

Por mais de quatro séculos, milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força em navios por comerciantes principalmente europeus e vendidos como escravos. Aqueles que sobreviviam à viagem acabavam trabalhando em plantações nas Américas, em especial no Brasil e no Caribe.

Portugal teve um papel importante nesse sistema, já que traficou quase 6 milhões de africanos, mais do que qualquer outra nação europeia. Até agora, porém, falhou em confrontar seu passado.

Críticos dizem que pouco se ensina nas escolas sobre o papel do país na escravidão —a era colonial, aliás, durante a qual países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde e Timor Leste foram submetidos ao domínio português, é frequentemente percebida como uma fonte de orgulho.

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