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DDM descobre que vítima mentiu ao acusar motorista de aplicativo de estupro em Limeira

Homem foi acusado de tentar violentá-la durante uma corrida


Por Carlos Gomide Publicado 03/02/2021
IC chegou a realizar perícia em carro de motorista. FOTO: Carlos Gomide

O trabalho de investigação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Limeira descobriu que uma mulher de 40 anos mentiu ao acusar um motorista de aplicativo, de 25 anos, de estupro, no final do ano passado, em Limeira. Ela fez a denúncia e após ele localizado por policiais da delegacia especializada, o homem foi preso de forma temporária. Dias depois, a Polícia Civil descobriu que a mulher mentiu e que não houve violência durante a corrida feita até a lanchonete onde ela trabalha.

A história começou quando a mulher procurou a DDM e contou que havia sofrido uma tentativa de estupro durante uma corrida. Ela afirmou que pediu para que uma de suas patroas chamassem o motorista pelo aplicativo. Na oportunidade, ela disse que ficou ao celular e que não percebeu quando o homem desligou o sistema do aplicativo e a levou para uma rua sem movimento. Ele teria pulado para o banco de trás e tentado manter relações sexuais com a vítima. No depoimento, a vítima disse que só não foi estuprada pois uma mulher, acreditando ser uma briga familiar, bateu no vidro do carro e assustou o motorista, que teria pulado para o banco da frente do veículo e fugido, deixando a mulher no local. À época, a Educadora repercutiu o caso com o delegado da delegacia especializada, Leonardo Burger.

Segundo a polícia foi feito um reconhecimento pessoal, em que a mulher teria apontado o suspeito como o autor da violência. Nem o GPS dela e nem o dele estavam acionados e, no ato da prisão, o homem disse que apenas dirigia o veículo, mas não quis comentar a acusação. “Estava tudo mostrando que ele tinha cometido o crime, mas resolvi pedir para a Uber o trajeto registrado pelo sistema de navegação do aplicativo”, disse o delegado. “Estava prestes a representar pela prisão preventiva dele e encaminhar o caso para o Fórum, mas resolvi esperar a resposta da empresa”, completou.

FORA DE ROTA

As coordenadas geográficas de onde o carro havia passado no momento do suposto estupro, mostrou algo completamente diferente do que foi falado pela vítima. O carro tinha ido em sentido contrário ao falado pela mulher, que alegou apenas reconhecer que havia sido atacada na região do Jardim Barão de Limeira.

O aplicativo indicou que ele saiu do local onde pegou a mulher, no Parque Hipólito, e chegou ao destino, passando pelo Centro, em um tempo compatível. “Fiz questão de pedir para meu investigador fazer o trajeto e a diferença de tempo foi mínima”, explicou o delegado. O sequência de coordenadas mostrou que ele havia parado três vezes em cruzamentos com semáforos da região central e que o tempo de espera não ultrapassou os 50 segundos. “Para mim, ficou claro que ele havia parado em um semáforo. Não daria tempo de ele tentar nada contra a mulher, ainda mais no Centro, por volta das 15h30 de um dia de semana”, disse.

Convencido da inocência do homem e a poucas horas da virada do ano, o delegado pediu a revogação da prisão na madrugada do dia 31. O cumprimento foi feito pelo próprio delegado na manhã do último dia de 2020. “Havia saído do meu plantão, mas fui pessoalmente entregar o alvará de soltura dele. Quando me viu, falou que havia se lembrado da corrida e que ele havia deixado a mulher no trabalho dela. Disse a ele que sabia que era inocente e que estava ali para libertá-lo. Ele ajoelhou e agradeceu a Deus. Ainda deu tempo de ele passar o Ano-Novo com a família”, frisou Burger.

MENTIRA

Faltava apenas a confissão da mulher. Ela foi ouvida pelo delegado nesta semana. Ele chamou a mulher e explicou as provas a favor do suspeito. Sem saída, ela disse que realmente mentiu, pois precisava chamar a atenção do ex-marido. “E, pelo jeito, conseguiu. Pois, depois do dia do suposto estupro, o ex marido passou a levá-la todos os dias para o trabalho”, afirmou. A mulher apresenta problemas de comportamento, inclusive, com uma tentativa de suicídio. Ela deve responder por denunciação caluniosa, cuja a pena varia entre 2 a 8 anos de prisão.

Em nota, o delegado afirmou que “a Policia Civil reafirma seu compromisso com o modelo investigativo imparcial, buscando a verdade dos fatos e repudia a conduta da indiciada de forma definitiva. Entretanto, a Delegacia da Mulher de Limeira continuará trabalhando com afinco em benefício desta minoria, pois entende que o comportamento da indiciada se contrapõe ao pensamento das mulheres em geral, que precisam de proteção especial do Estado”.

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