Em março, DDM de Limeira registra, em média, um caso de violência a cada 3 horas
Registros são de diversos crimes cometidos contra mulheres, crianças e idosos
A DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Limeira divulgou, a pedido da Educadora, no início desta semana, um levantamento dos casos registrados na delegacia especializada durante o mês de março. Os números mostram um dado preocupante: um caso de violência registrado na unidade a cada 3 horas. Vale lembrar que a DDM investiga casos cometidos contra mulheres, idosos ou crianças. Porém, os casos de violência contra a mulher, representam cerca de 80% dos registros.
Ao todo, foram feitos 240 boletins de ocorrência na delegacia especializada, o que dá um média de quase oito registros feitos por dia. A média aumenta se levarmos em consideração que a delegacia atende apenas de segunda a sexta-feira e que a partir do dia 23, apenas casos graves foram atendidos no local, por causa da pandemia do novo coronavírus.
Dos registros feitos, 125 foram analisados pela delegada Andréa Arnosti e deram início a um processo investigatório, com a instauração de inquérito policial. Esse índice é praticamente o mesmo do registrado em março de 2019, quando a delegacia instaurou 124 inquéritos policiais, de acordo com o site da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).
Neste ano, ainda foram instaurados 18 TCOs (Termos Circunstanciados de Ocorrência), que são feitos quando o crime é de menor potencial ofensivo. A DDM ainda registrou 10 casos de prisões em flagrante.
Os funcionários da unidade, que conta com três escrivães e dois investigadores, ainda trabalham em 527 inquéritos que ainda não foram finalizados. A delegacia também é frequentemente procurada por diversas possíveis vítimas em busca de informações e que nem sempre se transformam em ocorrência.
O Poder Judiciário analisou 74 casos de concessão de medidas protetivas que foram solicitadas pela delegacia. Das pedidas, 56 foram concedidas. Ainda teve um caso de um homem que foi preso preventivamente.
VIOLÊNCIA SEXUAL
Um dos casos registrados e que está sob investigação da equipe da delegacia especializada é um suposto caso de estupro de vulnerável, que teria vitimado uma menina de 3 anos, ocorrido na primeira semana de março. O principal suspeito é o pai da menina. O caso ocorreu dentro da casa da família em Limeira e só foi descoberto pois a menina começou a reclamar de dores.
De acordo com os dados divulgados no site da SSP-SP, apenas nos dois primeiros meses de 2020, foram registrados seis casos de estupro de vulnerável (crianças até 12 anos, pessoas com qualquer tipo de deficiência ou que não tem chance de se defender) em Limeira. E há, pelo menos, dois anos, esse tipo de violência supera os números de estupros contra pessoas que não estão em estado de vulnerabilidade. Em 2019, foram 73 dos 105 estupros registrados e, em 2018, 72 das 99 ocorrências.
CAMPEÃ
Em números absolutos, a Delegacia de Defesa da Mulher foi a campeã de inquéritos policiais instaurados em Limeira no ano passado. Foram 1.360, de acordo com a SSP-SP. Esse número representa 49% do número de toda as outras delegacias da cidade, com 1.417 inquéritos.
O 1º DP, que é o maior distrito de Limeira em números de registros de Boletins de Ocorrência, instaurou 203 inquéritos policiais no mesmo período. A segunda delegacia que mais instaurou documentos investigatórios em 2019 foi a Dise (Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes), que investiga situações de tráfico de drogas. Foram 443 inquéritos abertos no período.
CONFINAMENTO NO BRASIL
Os casos de denúncia de violência doméstica (Lei Maria da Penha) também aumentaram no Brasil. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, anunciou que, na segunda quinzena de março, quando o Brasil entrou em quarentena por causa da covid-19, os casos de denúncias de agressões contra a mulher, subiram 9%, se comparadas à das primeira quinzena.
Em março deste ano, o número de denúncias de violência doméstica, que chegam ao telefone 181, aumentou 17,6%, se comparado ao mesmo período de 2019. (10 mil, ante 8,5 mil respectivamente). Os números gerais do Disque Denúncia também aumentaram. Passando de 17 mil em 2019 para 20 mil neste ano.
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