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Ex-enteada que denunciou médium por estupro diz que foi abusada por 22 anos

Paulo Roberto Roveroni, conhecido como 'Paulinho de Deus', teve prisão preventiva decretada após denúncia. Defesa afirma que as acusações, além de infundadas, não retratam a realidade dos fatos.


Por Redação Educadora Publicado 09/03/2021
Ex-enteada que denunciou médium por estupro diz que foi abusada por 22 anos
Paulo Roberto Roveroni, conhecido como ‘Paulinho de Deus’, teve prisão preventiva decretada após denúncia. Defesa afirma que as acusações, além de infundadas, não retratam a realidade dos fatos. – Foto: Redes Sociais

A ex-enteada do médium Paulo Roberto Roveroni, preso por suspeita de estupro de vulnerável, relatou que sofreu abusos sexuais e psicológicos dele por 22 anos.

Paulinho de Deus, como é conhecido, mantém o centro espírita Paulo de Tarso, em Catanduva (SP), onde foi preso após a denúncia dela à polícia. As informações são do G1.

A jovem, hoje com 24 anos, contou que os estupros começaram quando ela tinha apenas dois anos. “Ele ficava pelado na minha frente e colocava minha mão no pênis dele”, ressalta.

“Esses abusos, estupros, foram progredindo. Ele era meu padrasto, e ainda pior, dirigente da associação. Então, ele sempre foi uma pessoa conhecida, considerado caridoso, educado, que ajuda os pobres.”

Ela relatou que a violência sexual mudou seu comportamento. Enquanto seus pais queriam levá-la para a terapia, Paulinho teria sugerido que ela buscasse o espiritismo para melhorar.

“A minha mãe nunca desconfiou, mas achava que tinha algo errado comigo. Como eu fui criada desde os meus 2 anos com o meu agressor em casa, eu o defendia. Não entendia direito o que acontecia, que eu era de fato violentada.”

A ex-enteada de Paulinho de Deus disse que só teve coragem de falar sobre os crimes no dia 1º de fevereiro, quando ele e a mãe dela brigaram.

“Eu vi que era aquela a hora de contar, porque de alguma forma eu estava um pouco mais segura com ele fora de casa. […] Me fala como uma vítima de estupro conta que está sendo estuprada com o próprio agressor dentro de casa, vigiando, sabendo cada passo?”.

Depois que a denúncia foi registrada, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Catanduva instaurou inquérito e pediu a prisão do suspeito.

Paulo Roberto Roveroni foi preso na última quinta-feira (4), por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Catanduva. Ele será transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Serra Azul (SP).

Após a prisão, a mãe da vítima falou sobre o caso nas redes sociais.

“Esse ser precisa ser desmascarado de ‘homem bom’. Enganou a todos e continua enganando muitas pessoas desavisadas. Ele deve pagar pelos seus crimes, ajudem. Só queremos justiça. Ele não pode mais estragar vidas de pessoas, de famílias. É lamentável e cruel”, escreveu em um trecho do post.

Em nota enviada à TV TEM, a defesa de Paulo afirmou que as acusações que fizeram, além de infundadas, não retratam a realidade dos fatos.

“Será demonstrado, através de provas documentais e testemunhais que referidas acusações foram realizadas com o objetivo de manchar a reputação de Paulo e do Centro Espírita Paulo de Tarso”, afirmou.

A defesa também informou que Paulo e a Associação Espírita Beneficente Paulo de Tarso, por meio de seus procuradores, já alertam que, em caso de compartilhamento de mensagens que desmoralizam Paulo e a associação, medidas judiciais serão tomadas.

“Eu tenho traumas psicológicos que vão ficar pra sempre comigo por conta de todos os abusos que sofri por causa dele, mas com a denúncia e com ele preso, eu sinto que a justiça está, enfim, sendo feita”, disse a vítima.

“Fiquei feliz por ter coragem de denunciar, porque eu sinto que estou protegendo outras crianças e mulheres, fazendo justiça por elas, por quem já sofreu e por quem poderia vir a sofrer também, caso ele continuasse solto. Quero que a minha força inspire outras vítimas a se abrirem e contarem, porque não é fácil ser apedrejada e ir contra o Paulo de Deus, uma pessoa tão influente quanto ele.”

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