Grito dos Excluídos reúne esquerda vestida de preto e contrapõe 7 de Setembro de Bolsonaro
A cor é um contraponto ao pedido do presidente Jair Bolsonaro para que a população saísse às ruas de verde e amarelo no dia da Independência
Vestidos de preto, manifestantes de esquerda criticaram medidas do governo Jair Bolsonaro, pediram a liberdade do ex-presidente Lula e a defesa da Amazônia na marcha do Grito dos Excluídos neste sábado (7), em São Paulo.
A cor é um contraponto ao pedido do presidente Jair Bolsonaro para que a população saísse às ruas de verde e amarelo no dia da Independência.
O ato acontece tradicionalmente em paralelo aos desfiles cívico-militares do feriado. Esta é a 25ª edição.
Parte dos manifestantes pintou o rosto de verde e amarelo, como fizeram estudantes contrários ao então presidente Fernando Collor, que renunciou em 1992. Membros de movimentos estudantis, como a UNE, gritavam na marcha que “cara-pintada voltou”.
Em duas faixas da Paulista, foi colocada uma faixa preta com a frase “Luto pelo Brasil”.
Em São Paulo, os participantes se reuniram na praça Oswaldo Cruz, ao lado da avenida Paulista, e caminham até o Monumento às Bandeiras, próximo ao parque Ibirapuera.
Até as 11h, quando a marcha começou a se movimentar, a Polícia Militar contabilizava cerca de 2.000 participantes. Os organizadores estimaram 30.000.
Este ano, além de preto, predominava o tradicional vermelho de centrais como a CUT, sindical, e a CMP, de movimentos da esquerda.
Ao contrário do ano passado, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), principal nome da oposição a Bolsonaro, não participou do ato.
Subiram ao carro de som outros petistas de São Paulo, como o vereador Eduardo Suplicy, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho e o deputado Paulo Teixeira.
“Esse não é o dia da Independência, mas da maior dependência do Brasil ao capital estrangeiro”, disse, acrescentando que estava de preto não só pelo luto, mas para “lutar para tirar o Bolsonaro”, disse Teixeira.
Já Marinho, além de pedir liberdade de Lula, preso desde abril de 2018 sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, criticou a Lava Jato. “Fora Bolsonaro e (Sergio) Moro e (Deltan) Dallagnol na cadeia”, disse o ex-prefeito.
Antes de sair, os organizadores do ato fizeram uma intervenção artística com uma maquete com plantas que representava a amazônia queimando -saía fumaça verde da maquete.
“Realizamos esse grito num momento muito dificil da conjuntura brasileira”, disse o coordenador da CMP, Raimundo Bonfim, citando a situação da educação, emprego e o “desmonte generalizado das políticas públicas”.
René Vicente, presidente da CTB em SP, criticou o “ecocídio patrocinado pelo presidente Jair Bolsonaro” e pediu vaias ao ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente).
Um levantamento da CMP aponta que o Grito dos Excluídos ocorrerá, neste ano, em 132 cidades, de todas as regiões do país, um recorde, segundo a entidade.
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