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Bivar desiste da disputa ao Planalto, e União Brasil deve se aliar ao Podemos no 1º turno

A articulação para que Bivar desistisse de concorrer ao Planalto envolveu Lula; inicialmente, Bivar tentou levar o partido a apoiar o petista.


Por Folhapress Publicado 31/07/2022
Bivar desiste da disputa ao Planalto, e União Brasil deve se aliar ao Podemos no 1º turno
Na convenção, Bivar falou em uma possível aliança com o Podemos no primeiro turno. Foto: Reprodução/Redes sociais

O presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), disse neste domingo (31) que tentará um novo mandato na Câmara dos Deputados e que não manterá sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.

O aviso, feito um dia antes em grupo de WhatsApp de parlamentares do partido, foi repetido na convenção estadual da União em Pernambuco, no Recife. Bivar não pontuou na pesquisa Datafolha da semana passada, que mostra o ex-presidente Lula (PT) 18 pontos à frente de Jair Bolsonaro (PL).

Na convenção, Bivar falou em uma possível aliança com o Podemos no primeiro turno, tendo a senadora Soraya Thronicke (MS) como candidata da União Brasil na corrida ao Palácio do Planalto.
Eleita na onda bolsonarista de 2018, Soraya está no meio do mandato no Senado Federal -tem mais quatro anos pela frente.

Durante discurso, Bivar também fez defesa da democracia e lembrou o período da ditadura militar no país. “Eu, talvez, seja um dos poucos que está aqui que vivi um momento delicado quando era estudante da faculdade de direito. Precisamos antes de tudo preservar a nossa democracia e a liberdade.”

A articulação para que Bivar desistisse de concorrer ao Planalto envolveu Lula. Inicialmente, Bivar tentou levar o partido a apoiar o petista. Integrantes da cúpula da União Brasil, porém, rechaçaram a hipótese.

Para aliados do petista, conseguir mais espaço na TV traria um impacto importante para a campanha e aumentaria as chances de uma definição ainda no primeiro turno -a União detém a maior fatia de fundo eleitoral e o maior tempo de propaganda de rádio e televisão.

Na prática, porém, a troca de Bivar por Soraya nada deve mudar na disputa polarizada entre Lula e Bolsonaro. A União Brasil foi formada a partir da fusão do PSL -antiga sigla de Bolsonaro- com o DEM. A ala do DEM se opõe a uma aliança com Lula e argumenta que o bloco de Bivar não tem força nacionalmente para impor um acordo com o PT.

A hipótese de a União Brasil apoiar Lula no primeiro turno sempre foi considerada remota por integrantes da cúpula do partido. Isso porque há dirigentes da legenda, como Ronaldo Caiado, pré-candidato à reeleição em Goiás, que consideram que seriam prejudicados com o apoio ao petista.

Além disso, há ainda nomes como o de Mauro Mendes, pré-candidato ao Governo de Mato Grosso, que já declararam apoio a Jair Bolsonaro (PL).

Bivar tentou organizar o apoio da União Brasil a Lula depois que -segundo o dirigente disse a aliados- o petista sinalizou que poderia apoiá-lo na briga pela presidência da Casa em 2023, caso esteja no Planalto.

A articulação relativa à União Brasil envolve ainda o palanque em São Paulo. Dirigentes da legenda dizem que, caso Rodrigo Garcia (PSDB) não dê ao partido a possibildiade de indicar o candidato a vice-governador na chapa, a legenda poderia apoiar Fernando Haddad (PT) no estado.

O presidente da União Brasil planejou a desistência desde o início da semana, mas estava em dúvida sobre a viabilidade de uma candidatura à reeleição como deputado por Pernambuco. Diante disso, Bivar partiu para conversas com aliados para viabilizar as bases eleitorais.

O parlamentar conversou com aliados no estado e também com dirigentes de partidos como PT e PSB. Bivar tem boa relação com o governador Paulo Câmara (PSB) e com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), mesmo com a União Brasil tendo candidato pela oposição a governador, o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho.

Sem um movimento em direção ao PT e ao PSB, a reeleição de Bivar era considerada difícil, já que a avaliação interna é que o deputado federal Fernando Coelho Filho e o ex-ministro da Educação Mendonça Filho, ambos da União Brasil, teriam mais votos que o presidente da sigla.

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