Guia sobre combate à violência política de gênero tem participação da vereadora Mariana Calsa
Objetivo do material da RAPS é fortalecer o combate a esse tipo de violência contra mulheres
A vereadora Mariana Calsa (PL) participou diretamente na elaboração de um guia interativo sobre violência política de gênero, lançado na segunda-feira, 25 de julho, pela Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS). O objetivo é fortalecer o combate a esse tipo de violência contra mulheres, mostrando inclusive quais são os canais de denúncia.
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O “Guia Prático para Mulheres na Política – O que não te contaram sobre ser mulher na política” foi escrito a partir de relatos de 16 mulheres que atuam em mandatos, campanhas, partidos ou governos, de diferentes ideologias e trajetórias, e que já sofreram algum tipo de violência de gênero na política. Conforme a vereadora, o material também contou com o apoio de diversas especialistas nas áreas jurídica e política e está disponível para consulta, de forma gratuita, no site www.raps.org.br.
Para Mariana Calsa, a leitura vai incentivar a participação das mulheres na política. “Uma democracia melhor se faz com mais mulheres na política. O guia foi feito de maneira colaborativa e traz propostas concretas de ação sobre o que fazer em casos de violência política, seja ela psicológica, moral, institucional e de tantas outras formas”, ressaltou a parlamentar nas redes sociais.
Violência política de gênero
O Guia é lançado em um momento de escalada de violência política no Brasil, cujo número de casos cresceu 50% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período de 2021, segundo informações do Observatório da Violência Política e Eleitoral da UniRio. “A ideia do Guia é transformar casos como os que foram relatados pelas lideranças em ação e enfrentamento e para apontar soluções práticas”, afirmou Mariana.
“Nós, mulheres, somos 52% da população brasileira, mas ocupamos menos de 15% dos cargos eletivos do país. Não somos encorajadas a participar dos espaços onde as decisões são tomadas e, quando conseguimos romper as barreiras, temos de enfrentar todo o tipo de constrangimento e violência. Isso precisa mudar. Nossa democracia será melhor e mais forte se houver representatividade na política”, diz Mônica Sodré, cientista política e diretora executiva da RAPS.
Mulheres na política
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 9.204 mulheres (31,6% de todas as candidaturas) concorreram a um cargo eletivo nas eleições de 2018 e apenas 290 foram eleitas.
Na Região Metropolitana de Piracicaba (RMP), apenas 17% das cadeiras legislativas são ocupadas por mulheres, como apontou um levantamento feito pela Procuradoria Especial da Mulher da Câmara de Limeira, em 2021. São 47 vereadoras contra 228 vereadores nas 24 cidades que juntas somam mais de 1,5 milhão de habitantes.
Segundo a ONU Mulheres, 82% das mulheres em espaços políticos no Brasil sofreram violência psicológica; 45% sofreram ameaças; 25% sofreram violência física no espaço parlamentar; 20%, assédio sexual; e 40% das mulheres afirmaram que a violência atrapalhou a sua agenda legislativa.
Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS)
A Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – RAPS é uma organização apartidária, independente e sem fins lucrativos, criada em 2012. Tem como missão contribuir para a melhoria da democracia e do processo político brasileiro, além de disseminar o compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável na política institucional. Essa missão é executada por meio de apoio, conexão e desenvolvimento de lideranças políticas de diferentes partidos e origens ideológicas, capazes de colocar as diferenças de lado para dialogar e atuar por soluções nos principais desafios econômicos, sociais, ambientais e políticos.
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