Vereador de SP ataca colega com insulto antissemita: “judeu filho da p…”
Procedimento interno deverá ser aberto contra o parlamentar
O vereador Adilson Amadeu (DEM) xingou seu colega na Câmara de São Paulo, Daniel Annenberg (PSDB), de judeu filho da puta após se irritar com o voto contrário do tucano a um projeto de lei de sua autoria. À reportagem, Annenberg disse que estuda as medidas a serem tomadas no Legislativo e na Justiça contra Amadeu. Na noite desta quarta-feira (11), os vereadores reuniram-se em plenário para decidir quais projetos de lei seriam colocados na pauta de votação do dia.
Nesse momento, Annenberg e outros vereadores votaram contra a inclusão na pauta de projeto de Amadeu que propõe a imposição de um teto ao número de veículos de aplicativo na cidade. Esse limite seria igual ao número de táxis na cidade – Adilson tem nos taxistas boa parte de seu eleitorado.
Incomodado com o insucesso, Amadeu, então, mostrou irritação e proferiu a ofensa antissemita. “Ele disse que não gostava de mim de meu tempo à frente do Poupatempo e do Detran e tentou me agredir fisicamente. Ele, então, foi segurado por outros vereadores e então me chamou de judeu filho da puta e disse outras palavras de baixo calão”, afirma Annenberg à Folha.
Annenberg coordenou a implantação do Poupatempo em São Paulo e foi diretor-presidente do Detran. Ele voltou à Câmara há uma semana após três anos como secretário municipal de Inovação e Tecnologia.
“Repudio absolutamente. Não é possível que no parlamento paulistano, na maior cidade da América Latina, a gente ficar tendo esse tipo de comportamento. A gente está aqui para debater ideias e projetos e melhorar a vida das pessoas na cidade, e não para ficar digladiando verbalmente e fisicamente. Tem que haver respeito. Eu acredito no debate das ideias”, completa o vereador.
Annenberg disse que procurará a Corregedoria da Câmara e que estuda entrar com uma queixa-crime. Em nota, Amadeu disse que teve “divergências com o colega parlamentar.”
“No calor da discussão, algo tão comum em votações polêmicas em plenário, eu realmente me excedi e, caso alguém tenha se sentido ofendido e ainda que não tenha sido uma fala generalizada, quero pedir minhas sinceras desculpas à comunidade judaica.”
Ele acrescentou que “em nenhum momento houve um ataque à cultura ou tradição judaicas, a quem sempre fiz questão de respeitar”.
Em episódio anterior na Câmara, em setembro, o vereador Fernando Holiday, também do DEM, foi chamado de “macaco de auditório” pelo colega Camilo Cristófaro (PSB). Na ocasião, o pessebista disse que a ofensa não tinha referência racial.
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