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Visitação em reservatório de água de 1886 em Piracicaba segue até dia 15

Esta é a primeira vez nos últimos 30 anos que o reservatório de 2.000 m³ (que equivale a 2 milhões de litros de água) fica totalmente vazio


Por Redação Educadora Publicado 11/09/2022
Visitação em reservatório de água de 1886 em Piracicaba segue até dia 15
O reservatório semi-enterrado de 54 metros de comprimento por 15 metros de largura, tem capacidade de reservação de 2 mil m³ foi esvaziado para realização de projeto e manutenção. Foto: Divulgação/Isabela Borghese

Piracicaba abriu a visitação de um dos reservatórios da Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT) da rua Marechal Deodoro, bairro dos Alemães, com mais de 130 anos. O público pode visitar e entrar no local até a próxima quinta-feira (15).

As visitas serão por ordem de chegada e só será permitida a entrada com calçado fechado. Os horários serão das 7h30 às 13, durante a semana, e das 7h30 às 16h30 nos finais de semana. A entrada de crianças menores que 10 anos só será permitida com responsável. Os visitantes devem acessar o local pelo portão na rua Aquilino Pacheco, em frente ao número 311.  

O reservatório semi-enterrado de 54 metros de comprimento por 15 metros de largura, tem capacidade de reservação de 2 mil m³ foi esvaziado para realização de projeto e manutenção, e faz parte da Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT) e demais reservatórios da Marechal.

O complexo, que teve as obras de construção iniciadas em 1886, possui três reservatórios, teve importante papel no desenvolvimento da cidade, sobretudo no abastecimento do município que completou 255 anos no dia 1º/08.  

De acordo com Tiago Gonçalves de Jesus, chefe de Divisão de Operações do Semae, esta é a primeira vez nos últimos 30 anos que o reservatório de 2.000 m³ (que equivale a 2 milhões de litros de água) fica totalmente vazio.

“Leva cerca de 24 horas para esvaziá-lo por completo. O sistema de escoamento da água, que é feito por uma espécie de ‘canaleta’ na parte central do reservatório, é antigo, com mais de 100 anos, mas é um dos mais eficazes até mesmo se comparado com os reservatórios da atualidade”, contou, acrescentando que as peças de registros e válvulas para transmissão da água nos reservatórios são provenientes da Inglaterra e chegaram a Piracicaba há mais de um século. 

HISTÓRIA – De acordo com o arquiteto e urbanista Marcelo Cachioni, diretor do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) do Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), as obras de escavação para a construção dos Reservatórios da Marechal foram iniciadas em 23 de maio de 1886, pela empresa Frick & Co., que em Piracicaba adotou o nome fantasia de Empreza Hidraulica de Piracicaba. Ele escreveu sobre o assunto na dissertação de mestrado intitulada Arquitetura Eclética na Cidade de Piracicaba, para a PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas. No estudo relatou que esses reservatórios semi-enterrados consistiam em duas pequenas edificações para guarda entre as ruas Silva Jardim, Cristiano Cleopath e Marechal Deodoro, com capacidade para 3,5 milhões de litros.

Originalmente, o reservatório apresentava fachadas de característica neoclássica, com modenatura (conjunto de molduras), óculos, entablamento, platibanda (faixa vertical que emoldura a parte superior de um edifício e que tem a função de esconder o telhado) e portas em arco abatido. A fachada principal é simétrica e dividida em sete blocos, apresentando três portas e quatro óculos circulares. Não existe um elemento de destaque, sendo que os mesmos se repetem. As demais fachadas, num total de três, foram executadas com os mesmos elementos da fachada principal, e as envazaduras também eram óculos gradeados. No conjunto, havia um portão (desaparecido) executado pelo serralheiro pelotense João José de Abreu, datado de 1885. 

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