Dono da Havan critica obrigação de instalar piso tátil para cegos em loja
Segundo ele, o piso "leva o nada ao lugar nenhum"
O empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, publicou um vídeo em suas redes sociais na madrugada desta sexta-feira (20) em que critica a obrigação de ter de colocar piso tátil e de disponibilizar cadeira de rodas automática em loja na cidade de Chapecó (SC).
Em um vídeo de 16 minutos, que foi visualizado 520 mil vezes na página do empresário no Facebook, Hang critica a exigência, que chama de burocracia. A Havan inaugurou sua terceira loja na cidade nesta sexta.
“A prefeitura de Chapecó conseguiu ultrapassar o ridículo. Olha só essa loja linda, maravilhosa. Cheguei aqui na porta e coloca isso aqui”, afirmou, mostrando o piso tátil à câmera.
Segundo ele, o piso “leva o nada ao lugar nenhum”. Em um trecho, o empresário aponta para o piso e diz: “olha que coisa feia. É a única loja do Brasil com essa porcaria que não vale nada.”
O piso forma um retângulo logo na entrada da unidade da Havan. Para Hang, “é como se um cego ficasse andando em voltas, para lá e para cá, para lá e para cá”.
“Agora, o cego tenho certeza que vai vir com alguém ou se chegar aqui nós vamos dar atenção para eles. Não precisa botar aquele negócio para ele ficar que nem uma galinha tonta. É um absurdo.”
O empresário ainda criticou a exigência da colocação de placas indicativas para vagas reservadas para idosos e pessoas com deficiência.
“Em qualquer lugar do mundo tem vagas para deficiente. Aqui, os populistas aranjaram vaga para deficiente e para idoso. E aqui, em Chapecó, conseguiram piorar. Olha só que absurdo (…). Tenho que colocar essas placas aqui ó, de 2,5 metros [para sinalizar as vagas] na frente da loja. Em qualquer lugar do mundo, você faz uma vaga para deficiente e coloca uma marcação no solo.”
No vídeo e, posteriormente, à reportagem, Hang afirmou que a exigência do piso tátil em calçadas foi aprovada por influência de um vendedor de pisos que conheceu em Porto União, no Paraná.
“Inaugurei a minha loja de Porto União e lá o vendedor de piso tátil disse que ele e mais um professor da PUC-PR colocaram a lei. Um vendedor de piso conseguiu aprovar uma lei para que fosse obrigado colocar essa porcaria que não leva nada a lugar nenhum.”
As declarações despertaram manifestações de apoio e de crítica à postura de Hang. Entre os críticos, estão pessoas com deficiência que disseram considerar as manifestações desrespeitosas.
À reportagem, Hang afirmou que suas lojas são acessíveis e que as críticas foram a exigências burocráticas.
“Não acho justo é obrigar um comerciante a comprar uma cadeira de rodas elétrica. É obrigatório em Chapecó. Sou contra piso tátil onde não tem necessidade de usar. As nossas lojas são as mais acessíveis do Brasil. Tenho 140 lojas e ninguém reclama delas. Essa, por exemplo [a unidade recém-inaugurada ], tem um andar só, tudo no nível da rua, com corredores de quatro metros.”
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