Testes mostram ausência de coronavírus entre trabalhadores de asilos em Limeira
Nos próximos dias, será a vez de os idosos serem submetidos aos exames
A Prefeitura de Limeira realizou a testagem rápida para Covid-19 de aproximadamente 300 profissionais que atuam em instituições que abrigam idosos no município. Todos os resultados deram negativo.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (20) pelo secretário de Saúde, Vitor Santos, e pelo diretor de Vigilância em Saúde, Alexandre Ferrari, durante coletiva de imprensa on-line, no Paço Municipal, transmitida “ao vivo” pela página oficial da prefeitura no Facebook. Durante a entrevista, também foram abordadas questões como uso da cloroquina e a evolução do coronavírus na cidade.
Vitor Santos esclareceu que uma das maiores preocupações da Secretaria de Saúde em relação ao Covid-19 é o acompanhamento dos idosos que estão asilados. Há algumas semanas, a pasta iniciou o levantamento do número de trabalhadores que transitam por essas unidades – são 19 no total – bem como o número de idosos abrigados. A ideia, segundo ele, é testar tanto funcionários quando os idosos. Num primeiro momento, foram avaliados cerca de 300 profissionais, por meio de testes rápidos para Covid-19. Todos os exames negativaram. Nos próximos dias, será a vez de os idosos serem submetidos a essa investigação. Essas testagens, conforme o secretário, serão repetidas constantemente, visando um quadro atualizado de eventual contaminação desses dois grupos.
Paralelamente aos testes, a Vigilância Sanitária intensificou a vistoria a esses locais, a fim de verificar se as medidas preventivas de higiene e os equipamentos de proteção individual, como as máscaras, estão sendo adotados corretamente.
“Estamos sugerindo que os asilos façam a medição da temperatura dos profissionais, quando eles chegarem para trabalhar. Cabe à gestão de cada uma dessas unidades seguir as orientações da Secretaria de Saúde”, comentou.
Sobre o uso da cloroquina, Vitor Santos destacou que, conforme manifestação do Conselho Federal de Medicina, cabe ao médico a prerrogativa de adotar ou não a medicação no tratamento dos casos de Covid-19, desde que o paciente concorde com o procedimento. Ele observou que a prefeitura já providenciou a compra do medicamento e que o estoque do produto está à disposição dos médicos, caso eles decidam pela sua utilização. “Enquanto gestores, temos que trabalhar ao máximo para que a cloroquina, assim como outras drogas, estejam disponíveis em nossos estoques”, enfatizou.
O secretário ponderou que a cloroquina vem sendo usada em caráter experimental no tratamento de pacientes com a doença, considerando-se que devido ao rápido crescimento da pandemia, não houve tempo de concluir estudos científicos sobre o tema. Porém, ele comentou que resultados bem-sucedidos no tratamento de pacientes com a substância, indicam que ela deve ser administrada precocemente, com monitoramento das funções cardíacas, sobretudo no caso de pacientes idosos que estão internados.
Outro assunto tratado na coletiva foi o crescimento da curva de novos casos da doença no município. Atualmente, há 107 ocorrências confirmadas – ontem eram 98. Vitor Santos disse que esse número deve aumentar progressivamente, porém em ritmo inferior ao verificado em algumas capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, locais com alta densidade demográfica. “Há crescimento da curva conforme o esperado, porém esse aumento não tem se demonstrado abrupto”, afirmou.
A expectativa de “subida maior”, nas palavras do próprio secretário, será no final de junho e começo de julho. “Vencemos a primeira etapa, e nesse momento, estamos preparados para fazer o enfrentamento à pandemia”, disse o secretário, referindo-se à compra de insumos e de testes, bem como à estruturação da Unidade de Referência Coronavírus (URC).
Ainda sobre a questão, o diretor de Vigilância em Saúde avaliou positivamente o ritmo de crescimento de novos casos. “Nossa (curva) de ascendência não apresenta nível tão acelerado quanto o Brasil”, disse. Em Limeira, ele esclareceu que o número de casos tem dobrado em intervalos maiores de dez dias. Enquanto no restante do País, de três a quatro dias. “Isso nos dá segurança e é exatamente esse o objetivo do nosso trabalho, desacelerar a positivação e mantê-la sob controle”, ressaltou Ferrari.
Inaugurada em 13 de abril, a URC foi criada graças à parceria entre a prefeitura e os cinco hospitais públicos e particulares de Limeira. A unidade tem 22 leitos de UTI, Pronto Atendimento Especializado 24 horas e, em fase final de estruturação, uma ala de internação clínica com 33 leitos. Atualmente, a taxa de ocupação da URC, levando-se em conta os leitos clínicos e de UTI, é de 54%, segundo Ferrari.
Ao final da coletiva, Vitor Santos agradeceu ao suporte que o prefeito Mario Botion vem proporcionando à Secretaria de Saúde no enfrentamento ao coronavírus, e ainda, à equipe técnica dos hospitais pelo esforço e dedicação ao enfrentamento da doença. O secretário pediu, mais uma vez, que as pessoas “fiquem em casa”, sobretudo os idosos – público de maior risco ao Covid-19.
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