Renê Simões afirma que amigos bateram na mulher durante a quarentena
Ex-técnico da seleção feminina de futebol afirmou que o retorno dos campeonatos poderia, inclusive, diminuir os casos de violência doméstica
O ex-técnico da seleção feminina de futebol, Renê Simões defendeu a volta do futebol como uma forma de ajudar os torcedores a enfrentar o período quarentena. Em entrevista à Rádio Central, de Campinas, na sexta (26), ele afirmou que o retorno dos campeonatos poderia, inclusive, diminuir os casos de violência doméstica.
“Vamos discutir o futebol como fator social para ajudar as pessoas que estão em casa enlouquecendo. Eu tenho amigos aqui que já se separaram, outros já bateram na mulher, outros batem nos filhos. Estão enlouquecendo. Então, se colocar futebol, pode ser que ajude em alguma coisa”, disse Renê.
O técnico, hoje comentarista esportivo, foi criticado nas redes sociais por não ter reportado o caso de violência contra a mulher às autoridades. É possível denunciar o abuso à Polícia Militar, pelo telefone 190, ou pelo disque-denúncia do governo federal, o 180.
No último dia 3, o Senado aprovou alterações na Lei Maria da Penha para definir como essenciais os serviços e as atividades relacionadas às mulheres em situação de violência doméstica ou familiar, em razão do aumento das denúncias e dos casos durante a pandemia. No estado de São Paulo, por exemplo, as ocorrência de violência doméstica saltaram 20% no período da quarentena.
Para ser aprovada, a proposta precisa ainda passar pela Câmara e pela sanção do presidente do Jair Bolsonaro (sem partido).
Simões também afirmou que a volta dos jogos não traria problemas relacionados à disseminação da doença, uma vez que os atletas são “pessoas extremamente saudáveis” e o vírus quer aqueles “que tenham alguma deficiência”.
Em março, ele publicou um vídeo em suas redes sociais no qual anunciou, enquanto fazia embaixadinhas, que estava com Covid-19. “Nós já tivemos mais de cem jogadores brasileiros com Covid. Nenhum deles foi internado, nenhum deles foi entubado. No mundo todo, só conheço um caso que fugiu da regra, que foi o Dybala da Juventus, que foi testado positivo, 14 dias depois positivo de novo, mais 14 dias positivo de novo, mas resolveu tudo”, afirmou durante a entrevista.
Simões já comandou times como Coritiba, Botafogo, Fluminense e Portuguesa. Também esteve à frente das seleções da Jamaica e da Costa Rica. Segundo o técnico, o retorno do futebol não significa uma volta à normalidade, já que haveriam uma série de medidas de segurança, como a ausência de torcida.
“Como está normal? Não tem torcida, os jogadores têm de ser testados o tempo todo, o pessoal no banco está de máscaras, a comemoração… Então, isso não é normalidade”, disse.
“Agora, isso vai fazer um bem muito grande para as pessoas que estão em casa. O fator social de alguém que está em casa e não está com a cabeça pensando só no vírus, está pensando no jogo, interagindo com outro”, completou.
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