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Bolsonaro é alvo de operação, e PF dá 24 horas para que ele entregue passaporte

A PF foi à casa dele, em Angra dos Reis, e apreendeu o celular de um de seus assessores, Tercio Arnaud Tomaz


Por Folhapress Publicado 08/02/2024
Bolsonaro é alvo de operação, e PF dá 24 horas para que ele entregue passaporte

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi alvo da operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quinta (8.) A PF foi à casa dele, em Angra dos Reis, e apreendeu o celular de um de seus assessores, Tercio Arnaud Tomaz.

A Polícia Federal determinou também que Bolsonaro entregasse o passaporte. Como o documento não estava na residência, os policiais deram 24 horas para que ele o entregue.

“Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável”, diz Bolsonaro. “Me esqueçam, já tem outro governando o país”, segue o presidente.

Ele afirmou à reportagem, por celular, que está ainda se inteirando das buscas e apreensões e das prisões e que não poderia dar mais declarações.

Operação Tempus Veritatis

A PF deflagrou nesta quinta a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

Primeiro, diz a PF, o grupo atuou para construir e propagar a versão de que havia tido fraude na eleição de 2022, “por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.”

Em seguida, foram desenvolvidos atos concretos para “subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.”

Entre os alvos da operação estão os ex-ministros de Bolsonaro general Augusto Heleno (GSI), general Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Anderson Torres (Justiça) e o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira.

Ao todo, a PF cumpre quatro mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão em 10 estados e no Distrito Federal. Entre os presos está o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara. O militar já era investigado no caso da fraude ao cartão de vacinação do ex-presidente.

Outro detido é Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro. Também é alvo de mandado de prisão Rafael Martins.

Entre os militares, são alvos o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e que comandou a investida do Exército contra as urnas, e o general Estevam Cals Theophilo Gaspar Oliveira, que era chefe do Comando de Operações Terrestres.

As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no âmbito do inquérito das milícias digitais.

Segundo a PF, as investigações apontam o grupo investigado se “dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.”

São cumpridos mandados nos estados de Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Como militares são alvos, o Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados”.

8 de Janeiro

Uma semana após a posse do presidente Lula (PT), no dia 8 de janeiro de 2023, um grupo de apoiadores de Bolsonaro invadiu e depredou as sedes dos três Poderes, em Brasília.

Milhares desses manifestantes vestidos de verde e amarelo estavam acampados diante do quartel-general do Exército e rumaram naquele dia para a Esplanada dos Ministérios.

Em poucas horas, destruíram o patrimônio público vandalizando áreas internas dos prédios —o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF .

Depois do ocorrido, uma intervenção federal foi instaurada pelo presidente Lula, centenas foram presos, incluindo autoridades, e outros estão sendo investigados. O STF já aceitou a denúncia contra mais de 1.200 acusados, o que os levou à condição de réus.

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