Empreendedores criam máscaras compridas para barbudos
Foram 800 máscaras vendidas só em abril, no ecommerce de moda
A pandemia trouxe um novo dilema aos homens com barba longa, dessas que escapam das máscaras de proteção: como manter o visual e, ao mesmo tempo, se proteger do coronavírus? Pensando nisso, marcas desenvolveram acessórios especialmente para atender esse público.
Lara Luiza Oliveira, 31, criou em abril a SoulNord, que vende máscaras longas. Designer de moda e dona de uma marca plus size, Lara viu seus negócios paralisarem com a pandemia.
A ideia de bolar o acessório veio com a demanda do noivo, Alessandro Delarissa, 35, um barbudo profissional: criador de conteúdo digital, ele é dono de um canal no YouTube onde aborda temas relacionados ao universo da barba.
O irmão de Lara, o designer gráfico Leandro Oliveira, 38, se uniu à empreitada, e os três, juntos, desenvolveram o primeiro protótipo.
Quatro tentativas depois, chegaram ao produto final: uma máscara com três camadas de tecido, seguindo as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde), sendo duas de viscose e uma de TNT, e longa o suficiente para cobrir até barbas mais abastadas.
Quando Alessandro publicou o produto em seu Instagram, que reúne quase 45 mil seguidores, as encomendas se multiplicaram. Foram 800 máscaras vendidas só em abril, no ecommerce de moda plus size de Lara. Ao verem que a demanda era grande, decidiram lançar a loja própria da marca.
O novo negócio conquistou uma base de mil clientes, emprega o serviço de cinco costureiras e só nos primeiros vinte dias de julho faturou R$ 18,5 mil com a venda das máscaras, que custam entre R$ 27 (lisas) e R$ 32 (estampada, com desenho de caveiras exclusivo).
Lara tem sido procurada para vender no atacado e planeja novos produtos, como bonés e camisetas, para lançar depois da pandemia. “Virou um negócio sem a gente esperar. Vimos que os homens barbudos são um nicho de mercado”, diz a empreendedora.
Mineiro de Belo Horizonte, Rodrigo Normandia, 34, trabalha desde 2011 com esse público. Ele é dono da loja online Beard, especializada em cosméticos masculinos e outros produtos para o tratamento dos fios.
Com a pandemia, o empreendedor também teve a ideia de lançar uma máscara que cobrisse as barbas longas. “Muitos amigos e clientes estavam preocupados com a possibilidade se contaminar com o coronavírus e queriam tirar a barba. Pensei que poderíamos desenvolver um protótipo de máscara”, diz ele.
Com a ajuda da sogra, costureira, começou a desenvolver os primeiros modelos, testados por ele e por amigos.
Foram 12 protótipos até chegar ao produto final, uma máscara com duas camadas de tecido (algodão e TNT), que protege desde barbas curtas (4 cm) até longas (15 cm). No final de abril, Normandia colocou 300 itens à venda no site. Todo o estoque inicial foi comercializado em uma semana.
O empreendedor contratou o serviço de quatro costureiras e criou produtos com novas cores e estampas -muitos clientes queriam máscaras mais sóbrias para o dia a dia, e opções coloridas para o fim de semana.
Hoje, Rodrigo produz o acessório com sete estampas diferentes, que são comercializadas a R$ 20 no site. São mil máscaras vendidas por semana, que já representam 30% do faturamento de sua loja. “Além de proteção, a máscara se tornou um item de estilo e complementa a mensagem da roupa. Já é possível ver o acessório com estampas específicas que combinam com o estilo do dono”, diz Beatriz Damasceno, docente dos cursos de moda do Senac-SP.
Ela dá algumas dicas para os barbudos acertarem no visual. É importante escolher tons e estampas que combinem com as peças que a pessoa já tem no guarda-roupa, e cores neutras, como preto, branco, cinza, marrom e azul-marinho, são as mais versáteis. Outra dica é observar o ambiente de trabalho. “Se for um lugar mais formal, como um banco, prefira deixar as máscaras engraçadas para o final de semana”, diz a consultora.
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