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Imagem do Brasil no exterior preocupa representantes do agronegócio

Queimadas na Floresta Amazônica trouxeram a possibilidade de impacto negativo na imagem do País, principalmente transformando o agronegócio em “vilão ambiental”


Por Estadão Conteúdo Publicado 13/09/2019

Além dos impactos ambientais, outra preocupação que as queimadas na Floresta Amazônica trouxeram é a possibilidade de impacto negativo na imagem do País, principalmente transformando o agronegócio em “vilão ambiental”.

De acordo com a Agência Senado, em audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado (CRA), representantes de órgãos ligados à exportação da produção agrícola mostraram preocupação com a imagem do Brasil no exterior. Segundo os participantes da reunião, cada vez mais o Brasil tem sido associado a desmatamentos, abuso de agrotóxicos e descaso com a pauta ambientalista pela mídia, movimentos sociais internacionais, e é preciso que o Estado brasileiro reaja a esta situação.

Para o secretário de política externa comercial do Itamaraty, o diplomata Norberto Moretti, o Brasil está “perdendo a guerra da informação” para movimentos articulados internacionalmente, que têm o interesse comercial de prejudicar nosso agronegócio. Ele avalia que a situação está “degenerada” e por isso o Brasil precisa realizar um esforço unificado para recuperar o prejuízo e reverter “percepções distorcidas que vêm se cristalizando”.

Empresários do setor

Na visão do CEO da VMX Agro, Carlos Cesar Floriano, o cenário causa preocupação. “O agronegócio brasileiro não é o vilão do meio ambiente, ao contrário, cumpre regras ambientais severas. Temos alta tecnologia capaz de conquistar grandes mercados de consumo, sempre respeitando os padrões exigidos nacional e internacionalmente”, afirma.

Um ponto de preocupação é a ameaça de países como a França, por exemplo, de suspender o acordo recém negociado entre Mercosul e União Europeia. Flávio Campestrin representando do Ministério da Agricultura reconheceu na reunião da Comissão que diversos setores produtivos brasileiros serão desafiados caso o acordo se consolide. Por isso são previstos períodos de transição para algumas culturas, que não serão totalmente desgravadas num primeiro momento, levando até 15 anos para que a importação livre seja possível.

Para Carlos Cesar Floriano o momento é de serenidade, unindo forças para fortalecer a imagem do agronegócio brasileiro. “Temos competitividade internacional e precisamos passar ao mercado nossa posição de alta tecnologia, processo seguro, que une eficiência e respeito ao meio ambiente”, conclui o empresário.

A rede de supermercados sueca Paradiset, a maior da Escandinávia, chegou a estimular um boicote a produtos brasileiros. A empresa já retirou das suas prateleiras todas as marcas de café, águas de coco, chocolates, limões e mangas produzidas no País, alegando que o Brasil virou “o paraíso dos agrotóxicos”.

A preocupação das autoridades é que esse fenômeno continue ocorrendo, prejudicando ainda mais a imagem do agronegócio brasileiro no comércio exterior e a operação de exportação do país como um todo.

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