Trabalhadores madrugam na fila em busca de vaga em mutirão de empregos
Mutirão do Emprego é realizado nesta terça-feira (17), até as 17h, pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo
Centenas de trabalhadores madrugaram na fila e houve quem chegasse no dia anterior para retirar uma senha para participar da quarta edição do Mutirão do Emprego realizado nesta terça-feira (17), até as 17h, pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Ao todo, serão oferecidas 5.726 vagas em empresas de diversos segmentos.
A retirada de senhas ocorre na sede do sindicato, localizada na rua Formosa, 99, ao lado do metrô Anhangabaú (região central da capital paulista).
O motorista aposentado José Augusto de Lima, 70 anos, o primeiro da fila, já é conhecido dos seguranças do sindicato. Por volta das 14 horas de segunda-feira (16), chegou ao local e marcou o lugar na dianteira. Nesta terça, chegou às 5 horas ao local. Sem trabalho há dez meses, aposta no mutirão para conseguir uma nova oportunidade.
O benefício previdenciário não é suficiente para o sustento dele e da esposa. Além das contas, um empréstimo consignado está consumindo a aposentadoria.
Bruno Nogueira Jesus, 20, passou a noite no vale do Anhangabaú. Chegou à fila do mutirão às 19 horas, garantindo um lugar entre as primeiras senhas. Está em São Paulo há uma semana, vindo de Camaçari (BA), em busca de uma chance de voltar a trabalhar.
“Por enquanto estou sem trabalho, mas estou procurando. Lá, trabalhei como atendente de supermercado. Aqui, estou procurando mais trabalhar como telemarketing, mas também estou vendo vagas para atendente”, diz. “Estou com esperança de que consiga um trabalho logo. Não tenho família aqui e estou vivendo por enquanto com o dinheiro que juntei trabalhando lá. Por isso, preciso conseguir logo uma vaga.”
Celso Rodrigues Gasparini, 72, também é aposentado e diz que nos últimos dez anos fez trabalhos esporádicos para sustentar a casa. Agora, diz, a aposentadoria, no valor do salário mínimo, não sustenta ele e a esposa, que é dona de casa. Estava buscando emprego como balconista, mas diz que está disposto para “qualquer coisa que aparecer”.
Segundo o Sindicato dos Comerciários, é possível que até 2.000 senhas sejam distribuídas até o fim do dia, Até as 9h30, 1.151 já tinham sido entregues.
Diferente do que ocorreu em outros anos, nesta edição do mutirão, a fila foi organizada para chegar até a praça das Artes, desviando das obras de requalificação do vale do Anhangabaú. A organização ainda não sabia dizer quantos trabalhadores buscaram o mutirão desta quarta edição.
Para se candidatar às vagas, os trabalhadores devem estar com documentos pessoais como CPF e RG, além do currículo e da carteira de trabalho. O mutirão acaba às 17h desta terça.
Há oportunidades para cozinheiro, açougueiro, jardineiro, copeiro, vendedor, operador de loja, conferente, caixa, repositor, ajudante geral, padeiro e confeiteiro, entre outras.
Os postos serão oferecidos por 44 empresas, entre elas redes como Magazine Luiza, Pão de Açúcar, Carrefour, Marisa, Riachuelo, além da Pirelli.
Além de uma chance de recolocação no mercado de trabalho, o sindicato promete um curso de qualificação digital para 800 trabalhadores, ministrado por técnicos do Magazine Luiza. Os aprovados poderão concorrer a vagas na própria rede de lojas ou em outras empresas do feirão.
Edições anteriores A última edição do mutirão do emprego, em março deste ano, teve público recorde. Ao todo, cerca de 15 mil desempregados formaram uma fila gigantesca no vale do Anhangabaú, em busca de uma das 6.000 vagas disponíveis no evento.
O número foi quase três vezes maior do que o do segundo feirão, em agosto de 2018, quando 5.500 candidatos buscavam um das 4.000 chances oferecidas.
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