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Cotil de Limeira adotará sistema de cotas racial e social

A mudança foi deliberada nesta terça-feira (2), em reunião do Conselho Universitário e valerá para o próximo exame de seleção


Por Redação Educadora Publicado 02/06/2020
Foto: Divulgação/Cotil

O Colégio Técnico de Limeira (Cotil/Unicamp) implantará o sistema de cotas étnico-raciais e sociais para o ingresso dos alunos a partir de 2021. A mudança foi deliberada nesta terça-feira (2), em reunião do Conselho Universitário e valerá para o próximo exame de seleção.

Serão reservados 35% das vagas de cada curso, as quais serão preenchidas por estudantes pretos, pardos e indígenas que tenham cursado todo o ensino fundamental 2 em escola pública. Outros 35% das vagas serão reservadas para alunos que tenham feito todo o ensino fundamental II em escola pública, e os demais 30% serão destinadas à ampla concorrência.

“A proposta de cotas para ingresso nos colégios da Unicamp, mais do que democratizar o acesso, reflete uma preocupação de resolver o problema da desigualdade em nosso país. As cotas representam os motivos de sua própria existência”, declara o diretor geral do Cotil, José Roberto Ribeiro.

Vários estudos embasaram a decisão, como o levantamento de dados populacionais e domiciliares e censos educacionais, sobretudo do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano), que antecede o ensino médio oferecido pelo colégio, juntamente com seis cursos técnicos. “Em 2018 uma comissão interna, composta por cinco docentes, avaliou também o perfil dos estudantes matriculados no Cotil e concluiu que a maioria é branca e vinda de escola particular”, explica a professora Rosmari Aparecida Ribeiro, que presidiu os trabalhos.

O levantamento mostrou que em torno de 70% dos alunos são oriundos de escolas particulares. “Passava da hora de propor medidas inclusivas com distribuição justa das vagas. Como somos um colégio público, é esperado que a diversidade da sociedade esteja representada nele”. Segundo ela, implantar as cotas sociais e raciais é a forma mais plausível de o colégio assumir sua responsabilidade social para que toda a sociedade esteja representada dentro da instituição. “Estamos agindo, de forma ativa, mexendo em um assunto delicado para a sociedade que ainda resiste quando levantamos essa bandeira de uma minoria de direitos, mas majoritária”.

Dados do Censo da Educação Básica de 2017 demonstram que o universo de alunos do ensino fundamental 2 concentra-se essencialmente em escolas da rede pública, com 80,5% das matrículas do estado de São Paulo e 79,1% nas regiões de Campinas e Piracicaba, que abrigam os colégios técnicos de Campinas e Limeira. Com as cotas, portanto, o objetivo é buscar diversidade acadêmica, diminuir a desigualdade do acesso ao ensino público de formação técnica e, ao mesmo tempo, assegurar os referenciais de desempenho escolar como mecanismo de classificação para os ingressantes.

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