URC de Limeira completa um mês com 100% de ocupação em todos os setores
Segundo balanço da Prefeitura de Limeira, do dia 26 de maio até quinta-feira (24), passaram pela URC 430 pessoas, das quais, 247 tiveram alta médica
Aberta desde o dia 13 de abril do ano passado, a URC (Unidade de Referência Coronavírus) de Limeira está há um mês trabalhando com a capacidade máxima. Inicialmente projetada para 16 leitos de terapia intensiva, a unidade trabalha desde o dia 26 de maio com mais que o triplo desse número: 49 pacientes em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), segundo o boletim emitido neste sábado (26) pela Prefeitura de Limeira. Esse número fica ainda mais assustador se levarmos em consideração que hoje há no local 105 pessoas internadas, divididas, além das de tratamento intensivo, em alas de leitos clínicos e de suporte ventilatório, criadas posteriormente pelo governo municipal. Segundo balanço da Prefeitura, do dia 26 de maio até quinta-feira (24), passaram pela URC 430 pessoas, das quais, 247 tiveram alta médica.
Nos últimos 30 dias, a cidade registrou exatamente 7 mil casos confirmados de covid-19. No considerado o pior mês da pandemia com 6.331 casos confirmados até este sábado. Por outro lado, a cidade registrou no mesmo período tenha registrado em apenas três dias índices de isolamento social maior que 40%. A recomendação do governo do Estado, que faz esse acompanhamento diário usando sinal de celular, é que o mínimo em fases agudas da doença seja de 60%.
Em uma busca rápida pelo portal elimeira.com.br é possível verificar também que desde o dia 26 de maio, toda semana há notícias de festas clandestinas e aglomerações interrompidas pelas forças de segurança. Sem contar outras ações diárias como fiscalizações e pessoas abordadas pela Polícia Militar ou pela Guarda Civil Municipal.
E se os números da pandemia são frios, o que falar das 192 mortes registradas no período em que não há se quer um leito para quem chega a unidade especializada? Pessoas que morrem e que não podem se despedir dos parentes, já que a ala da URC é isolada. Foi o que aconteceu com um rapaz de 29 anos, que pediu para não ser identificado. Ele deixou o pai na porta da unidade no último dia 4, depois que o homem de 57 anos, começou a sentir falta de ar. “Se eu soubesse que a cena dele entrando no hospital era a última que eu veria meu pai com vida, eu teria dado em beijo nele”, disse. Internado e entubado, o homem morreu cinco dias depois.
ABERTURA DE LEITOS
Fisicamente, o prédio onde funciona a URC até suportaria mais algumas ampliações, fora aquelas que já foram feitas, segundo apurou a reportagem. Em entrevista à Educadora, o secretário de Saúde, Vítor Santos explicou que o grande problema enfrentado pelo Poder Público nesse momento é a falta de pessoal especializado. Segundo ele, a Prefeitura tem tentado contratar, mas não tem encontrado profissional capacitado e disposto a encarar a situação. Há profissionais trabalhando em turnos dobrados e há um limite legal do números de pacientes que um profissional pode atender. Se a conta não fecha, profissionais de folga ou que estão saindo de turnos são chamados.
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