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USTL questiona deflação dos alimentos

O atual governo vem divulgando com alarde, índices de deflação mensais que fazem parecer que não está havendo aumento nos preços de produtos, segundo USTL


Por Redação Educadora Publicado 09/09/2022
USTL questiona deflação dos alimentos
Foto: Pixabay

A União Sindical dos Trabalhadores de Limeira (USTL), emitiu uma nota falando sobre os índices de deflação mensais nos alimentos, questionando os aumentos, que, segundo eles, continuam ocorrendo.

Confira a nota na íntegra:

O atual governo vem divulgando com alarde, índices de deflação mensais que fazem parecer que não está havendo aumento nos preços de produtos – o que não é verdade. A “deflação” de 0,68% no mês de julho passado representa um índice em nível Brasil que não impacta em quase nada sobre a inflação dos últimos doze meses, que ultrapassa os 10%.

Mesmo esse índice do IPCA não pode ser aplicado aos aumentos registrados no último ano, que é mais que o dobro da inflação do período. Para se ter uma ideia, o leite, o café, o tomate, a cebola e a batata tiveram aumento de mais de 50% nos últimos 12 meses. O preço da carne subiu mais que o dobro da inflação nos últimos dois anos.

Comida mais cara significa maior impacto para as classes mais pobres e, então, “deflação” não significa diminuição do custo de vida para elas.

Além da população mais carente sentir mais com a alta do preço dos alimentos, os trabalhadores ainda sofrem a dificuldade que as entidades sindicais estão tendo nas negociações salariais que, em tese, poderiam fazer aumentar o salário, proporcionando maior poder de compra. “Acontece”, diz Artur Bueno Júnior, presidente do STIAL – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Limeira e Região e Vice-Presidente da CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação, “que as entidades estão tendo grande dificuldade de negociação e o motivo é um só: a ganância sem fim de parte dos empresários.

Por exemplo, o setor da indústria alimentícia não parou um único dia durante a pandemia; os trabalhadores não puderam ficar em casa, continuaram trabalhando e a empresa faturando. Agora, quando vamos negociar os salários destes trabalhadores, conseguimos, a muito custo, a correção da inflação – o que não representa poder real de compra, justamente dos produtos alimentícios, que tiveram alta muito superior.”

Segundo a revista IstoÉ Dinheiro, a JBS teve um lucro líquido de R$ 5,142 bilhões apenas no primeiro trimestre deste ano. Com 60 anos em atividade, a JBS é a maior empresa de alimentos do mundo em faturamento, de acordo com o último levantamento da Bloomberg.

Mesmo diante deste quadro fantástico, a empresa é uma das que dificulta as negociações salariais de seus funcionários. Utilizando uma estratégia mercantil, a JBS deu férias coletivas para algumas unidades, fechou outras e remanejou a produção em algumas, no sentido de fazer o preço da carne subir no mercado interno, com intuito de faturar ainda mais.

“Enquanto o governo alardeia essa suposta deflação, vai-se aumentando a cada dia o número de brasileiros que passam fome ou que estão no mapa da insegurança alimentar, sem condições de fazer duas únicas refeições por dia – essa é a triste realidade de um país que atualmente é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo.

Soma-se a isso o fim da política de valorização do salário mínimo, que não tem aumento real desde 2017, prejudicando ainda mais as camadas mais frágeis dos trabalhadores”, finaliza Junior.

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