Vacinadoras do drive-thru do Limeirão acusam homem de importunação sexual

Duas funcionárias do drive-thru de vacinação contra covid-19 no Limeirão – uma vacinadora e uma anotadora – foram constrangidas na tarde de segunda-feira (31) por um homem, que acompanhava um conhecido para se imunizar. Segundo relato das funcionárias da Prefeitura de Limeira, um deles tinha direito de tomar a vacina por ser obeso e o outro até tentou, mas não conseguiu comprovar a obesidade e resolveu se “engraçar” com as servidoras.

Segundo elas, após ser informado que não teria direito a imunização, já que o IMC (Índice de Massa Corpórea) dele não atingiu 40, ele passou a mão no peito e desceu em direção ao próprio pênis, perguntando “se mesmo com aquela gostosura toda” ele não poderia se vacinar. Ele recebeu como resposta que a funcionária não estava ali para avaliar a “gostosura” e, sim, as comorbidades.

Mesmo assim, antes de sair, ele ainda teria feito comentários sobre as nádegas de uma delas e as convidou para entrar no carro para “tomar uma cerveja, para ver se rolava alguma coisa”. Após isso, a vacinadora ameaçou chamar a polícia e pediu para que ambos fossem embora.

Em entrevista ao Meio Dia, da Educadora, desta terça-feira (1º), a enfermeira Giovana Buhl, responsável pela imunização no drive-thru, disse que o fato das pessoas estarem dentro do carro e acreditarem que não podem ser ouvidas dão à elas a sensação de impunidade. O caso de importunação sexual não foi registrado na polícia.

OUTROS CASOS

Ao longo das últimas semanas, a Educadora tem acompanhado casos de pessoas que maltratam os profissionais da saúde que trabalham na vacinação. Na semana passada, uma mulher foi retirada da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Parque Hipólito, após incitar as outras pessoas que estavam na fila contra as vacinadoras do posto. Ela já havia causado tumulto no drive-thru e, não satisfeita, foi até a UBS.

Em outra ocorrência, um homem ofendeu uma vacinadora após ser advertido para que colocasse a máscara. Já em outro caso, uma mulher, que seria moradora em Mongaguá, no litoral de São Paulo, chamou a Polícia Militar por desconfiar que não havia sido vacinada. O marido dela não conseguiu filmar a imunização e depois de ver o vídeo, a mulher ligou para o 190.

Em um quarto caso, a reportagem da Educadora flagrou o momento em que um homem desceu do carro e de maneira grosseira pediu para ver a retirada da dose. Ele não acreditava que as doses previamente preparadas tinham os imunizantes e chegou a pedir providências a uma vereadora que estava no local.

Até um caso de racismo foi registrado no drive-thru do Limeirão, quando uma mulher chamou uma vacinadora de macaca durante a aplicação da dose. O caso foi registrado na delegacia de polícia e segue sob investigação.

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