Facebook tem forte queda na Bolsa após sair do ar
Sem acesso às redes sociais do Facebook, as ações da empresa de Mark Zuckerberg registravam queda de 5,83% às 15h03 desta segunda (4)
Em um dia de instabilidade no acesso às redes sociais do Facebook, as ações da empresa de Mark Zuckerberg registravam queda de 5,83% às 15h03 desta segunda (4). O Nasdaq, índice da bolsa americana composto por ações de empresas de tecnologia, recuava 2,38%.
De modo geral, o mercado americano opera em viés de baixa devido à possível antecipação para 2022 de um ciclo de alta nos juros básicos do país em resposta à inflação gerada pela escalada de preços de energia no mundo e pela quebra das cadeias de suprimento durante a pandemia.
Nesse contexto, ações de empresas de tecnologia, bastante populares nos EUA, tendem a perder mais investidores para aplicações atreladas a juros, como os títulos do Tesouro americano. Independentemente da queda generalizada na Bolsa, os papéis do Facebook já recuaram 14% desde 14 de setembro, quando o o Wall Street Journal passou a publicar reportagens que sustentam que a companhia sabia que o Instagram, rede social da qual é dona, é potencialmente danoso para a saúde mental de meninas adolescentes. Antes das revelações, os papéis da empresa acumulavam alta de 37,83% neste ano.
Em relação às instabilidades nas redes sociais da empresa nesta segunda, usuários brasileiros relatam problemas de acesso ao Facebook, WhatsApp e Instagram nesta segunda. Um pico de queixas foi registrado pelo site Downdetector pouco depois das 12h nas três redes sociais -todas de propriedade do Facebook.
Perto das 13h, eram cerca de 44 mil reclamações contra o WhatsApp, 13 mil contra o Instagram e 6.700 contra o Facebook, de acordo com o Downdetector.
Além do Brasil, usuários de Portugal, Reino Unido, Índia e Estados Unidos também reclamam de instabilidade.
Tanto os aplicativos quanto as versões desktop das redes apresentam instabilidade, assim como a página institucional do Facebook.
Em seu perfil oficial no Twitter, o Facebook publicou que “algumas pessoas estão tendo problemas para acessar nossos apps e produtos”. A empresa afirmou que está “trabalhando para que as coisas voltem ao normal o mais rápido o possível” e que pede desculpas pela inconveniência.
Também no Twitter, o WhatsApp escreveu que está ciente dos problemas e que está trabalhando para resolver o problema. O Instagram publicou que está com dificuldades e que está trabalhando nisso.
O Facebook passa por um período de pressão desde que o Wall Street Journal passou a publicar reportagens baseadas em documentos internos do Facebook que o jornal diz ter recebido.
Segundo o jornal americano, uma apresentação que circulou entre os funcionários em março de 2020 mostrou que as comparações no Instagram poderiam mudar a maneira como as jovens se viam. Os documentos teriam sido acessados pelo jornal.
Em outra apresentação, de 2019, a rede social teria sido informada de que a plataforma piorava as questões de imagem de uma em cada três meninas. As adolescentes também culpariam o Instagram por problemas de ansiedade e depressão.
Estaria nessa apresentação, ainda, que entre as jovens que relataram pensamentos suicidas, 13% das britânicas e 6% das americanas ligaram o desejo de se matar à rede social. Segundo o jornal, foram cinco apresentações ao longo de 18 meses que mostraram resultados de grupos focais, pesquisas online e acompanhamentos voltados para a saúde mental de adolescentes. Uma das sugestões teria sido o uso de mais filtros (recurso que muda a imagem das selfies, comuns na rede) “divertidos” no lugar daqueles que retocam o rosto dos usuários.
Os estudos teriam concluído também que o Instagram, especificamente, e não as redes sociais em geral, é problemático, ao levar os usuários a comparações sociais.
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