Gatos ficam imunes ao coronavírus, aponta estudo
Felinos também podem ajudar no desenvolvimento da vacina
Um estudo publicado na revista científica Pnas (Proceedings of the National Academy of Sciences), na terça-feira (29), aponta que gatos infectados pelo novo coronavírus desenvolvem resposta imune ao vírus.
“A resistência à reinfecção é uma promessa de que uma estratégia de vacina pode proteger gatos e, por extensão, humanos”, diz a publicação.
A pesquisa foi desenvolvida por cientistas da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, para investigar uma possível transmissão do Sars-CoV-2 entre humanos e animais domésticos.
No processo, foi analisada a suscetibilidade de cães e gatos à infecção e o potencial de transmissão de gatos infectados para gatos que não haviam tido contato com o vírus.
De acordo com os pesquisadores, os bichanos são altamente suscetíveis à infecção, com um período de até cinco dias de eliminação viral, oral e nasal, que não é acompanhada de sinais clínicos. Ou seja, apesar de infectados, os gatos não desenvolvem a doença covid-19.
Infectados em laboratório, os bichanos transmitiram o vírus para outros gatos saudáveis. Porém, não há evidências de que cães ou gatos desempenhem um papel significativo na infecção humana. Já a zoonose reversa (um humano contaminado passar o novo coronavírus para um gato) é possível.
Também foi documentado que gatos desenvolveram uma resposta robusta de anticorpos neutralizantes após o contato com o Sars-CoV-2, o que evitou a reinfecção após uma segunda tentativa de infecção em laboratório.
“Esses estudos têm implicações importantes para a saúde animal e sugerem que os gatos podem ser um bom modelo para o desenvolvimento de vacinas”, conclui o estudo.
A mesma pesquisa apontou que cães que entraram em contato com o Sars-CoV-2 em laboratório não eliminam o vírus após a infecção, mas soroconvertem e desenvolvem uma resposta antiviral neutralizante. Os cachorros também não desenvolvem a doença.
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