Hamas anuncia fim da guerra e afirma ter garantias de cessar-fogo permanente com Israel
Negociador do grupo diz que acordo foi mediado pelos EUA e países árabes; governo israelense ainda analisa aprovação do tratado
O Hamas declarou oficialmente o fim da guerra contra Israel, após mais de dois anos de conflito que devastou a Faixa de Gaza e deixou dezenas de milhares de mortos. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (9) por Khalil Al-Hayya, integrante da liderança do grupo e principal negociador nas tratativas mediadas pelos Estados Unidos e por países árabes.
Segundo Al-Hayya, os mediadores garantiram que o cessar-fogo será permanente. O acordo, anunciado na quarta-feira (8) pelo presidente norte-americano Donald Trump, prevê uma primeira fase de implementação imediata para encerrar as hostilidades.
A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque a Israel que matou mais de 1.200 pessoas e sequestrou 251. Desde então, mais de 60 mil palestinos morreram em Gaza, de acordo com números divulgados por autoridades ligadas ao grupo.
O governo israelense ainda analisa a aprovação formal do tratado. Um porta-voz de Israel informou que o cessar-fogo deve começar até 24 horas após a ratificação. Entre as exigências de Israel estão o desarmamento do Hamas e a retirada do grupo do controle da Faixa de Gaza. No entanto, representantes do movimento afirmam que “nenhum palestino aceita o desarmamento”.
A tensão política em Israel também cresce com a possibilidade de divergências internas. O ministro Itamar Ben-Gvir, de extrema direita, ameaçou romper com o governo caso o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não cumpra a promessa de desmantelar o Hamas.
Outro ponto delicado do acordo é a devolução dos corpos de reféns mortos em cativeiro. O Hamas se comprometeu a entregar os restos mortais, mas, segundo a imprensa norte-americana e israelense, o grupo enfrenta dificuldades para localizar alguns corpos.
Para tentar resolver o impasse, a Turquia anunciou nesta quinta-feira a criação de uma força-tarefa internacional, com a participação de autoridades dos Estados Unidos, Catar, Egito e Israel, além de representantes turcos. O grupo deve auxiliar nas buscas por diferentes regiões da Faixa de Gaza.
Até o momento, estima-se que 28 dos 48 reféns ainda sob poder do Hamas tenham morrido. Seis ou sete corpos estariam desaparecidos, segundo veículos israelenses. O grupo pediu mais tempo para realizar as devoluções.
O presidente Donald Trump afirmou que todos os reféns sobreviventes devem ser libertados até segunda-feira (13), data prevista para o início da execução completa do plano de paz.
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