Casos do golpe do amor despencam em um ano; entenda o que está por trás
Os registros passaram de 58 casos, em 2022, para apenas duas ocorrências neste ano
A Polícia Civil fechou o cerco contra as quadrilhas envolvidas nos chamados “golpe do amor”. Neste ano, houve uma queda drástica nesse tipo de crime.
De acordo com a Delegacia Antissequestro (DAS), foram registrados dois casos entre janeiro e junho. No mesmo período do ano passado, houve 25 ocorrências. Já nos seis primeiros meses de 2022, o número total de crimes chegou a 58.
O “golpe do amor”, como ficou conhecido, tinha o envolvimento de criminosos que se aproveitaram da ascensão das redes sociais e de aplicativos de encontros para sequestrar e extorquir as vítimas, além de desestabilizá-las emocionalmente. O trabalho de investigação comandado pela DAS foi fundamental para desmantelar as quadrilhas que praticavam esses delitos.
Segundo o delegado Fábio Nelson, uma das principais estratégias para diminuir os índices dessa modalidade criminosa foi a potencialização da investigação por meio da tecnologia. De início, o objetivo foi alcançar as “cabeças por trás do golpe”.
“Falamos com as empresas responsáveis pelos sites e aplicativos de relacionamento, muitas atenderam o nosso pedido, ouviram as sugestões e fomos atuando em conjunto”
comentou
Ainda conforme o delegado, a atual gestão ofereceu todas as ferramentas e definiu como prioridade inibir esse tipo de crime, pois, na época, havia uma tendência de aumentar ainda mais as ocorrências dessa natureza. A Secretaria da Segurança Pública liderou a causa.
“Houve reuniões com representantes de bancos e foi criada uma agenda comum com encontros semanais no Centro Integrado de Comando e Controle unindo as forças de segurança, além do Ministério Público, para entender as estratégias usadas pelos golpistas. Depois, fomos adotando práticas contra esse crime”
acrescentou o delegado
A partir da sinergia dos órgãos, a Delegacia Antissequestro conseguiu atacar a estrutura criminosa por trás desses golpes e, consequentemente, prender a liderança das quadrilhas envolvidas. Na sequência, os “conteiros” e os “laranjas” — pessoas que recebiam o valor extorquido da vítima — foram os alvos, desarticulando toda cadeia delituosa.
Os policiais chegaram, também, a prender diversas mulheres que atraiam as vítimas aos locais de encontro, onde eram sequestradas. Em todo o ano passado, houve 49 casos do “golpe do amor”. A polícia conseguiu prender 25 mulheres envolvidas com os crimes.
Condenações dos envolvidos foi crucial para diminuir número de casos
Ainda conforme o delegado da DAS, as condenações dos envolvidos nos golpes passaram a ser mais consistentes, de 30 a 40 anos, a depender da dinâmica como o crime ocorreu. Ele afirmou que, dentro do sistema criminal, isso foi uma “resposta severa” aos demais participantes do crime que ainda estavam foragidos.
A DAS de São Paulo entrou a fundo nessa modalidade criminosa e conseguiu diminuir os casos simultaneamente. Hoje, em comparação com os dois anos anteriores, as ocorrências praticamente zeraram.
“Mesmo assim, ainda continuamos investigando possíveis novos casos para evitar que os bandidos se aproveitem da situação”
finalizou o delegado
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