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Favorito ao STF é gesto de Bolsonaro ao Nordeste e tem chancela de líder do centrão

Antes de fazer um anúncio oficial, no entanto, o presidente pretende, segundo assessores palacianos, ter segurança de que será aprovado em sabatina do Senado


Por Folhapress Publicado 30/09/2020
O desembargador federal Kassio Nunes Marques. Foto: Samuel Figueira/TRF 1° Região

O nome do desembargador federal Kássio Nunes Marques, favorito do presidente Jair Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal), tem os apoios de caciques de partidos do chamado centrão e representa um gesto ao Nordeste, região onde o presidente sofreu derrota eleitoral em 2018.

Hoje, o Supremo não tem nenhum ministro nordestino. A provável escolha do presidente, que já foi informada a integrantes tanto do STF como do Senado, foi influenciado pelos senadores Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Ciro Nogueira (PP-PI), este último uma das lideranças do chamado centrão.

O nome, que corria por fora na disputa, pegou de surpresa nesta quarta-feira (30) até mesmo senadores governistas. Segundo relatos feitos à Folha de S.Paulo, o nome de Marques já foi inclusive informado pelo Palácio do Planalto ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Os ministros dos governo também foram avisados.

Antes de fazer um anúncio oficial, no entanto, o presidente pretende, segundo assessores palacianos, ter segurança de que será aprovado em sabatina do Senado. Bolsonaro deve tratar do tema nesta semana com líderes partidários. E também pretende conversar com o presidente do STF, Luiz Fux.

Bolsonaro teve uma reunião com o desembargador, membro do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, na terça-feira (29), na casa do ministro Gilmar Mendes, do STF. Após o encontro, à noite, senadores foram comunicados da escolha por integrantes do Palácio do Planalto. Bolsonaro também avisou ministros do Supremo da decisão que havia tomado.

Católico, Nunes é considerado por colegas e ministros de tribunais superiores um magistrado discreto e de linha garantista, o que teria contado bastante para o apoio de Bolsonaro.

Celso deixará o Supremo no dia 13 de outubro e tem apoios importantes no Congresso. Em conversa reservada, Davi Alcolumbre já garantiu a Bolsonaro que a sabatina do escolhido será feita ainda neste ano.

Após a notícia de que Nunes seria o nome, o senador Ciro Nogueira celebrou a possibilidade nas redes sociais.

“Atual desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ele é considerado um dos desembargadores federais mais produtivos entre seus pares e todos que conhecem a sua trajetória sabem da competência e comprometimento do dr. Kassio Nunes com o seu trabalho”, afirmou.

“Sem dúvida, a escolha do presidente Jair Bolsonaro seria um gesto de reconhecimento da capacidade do povo do Piauí e de todo o Nordeste”, continuou.

Apesar de ter definido o favoritismos nesta semana, Bolsonaro já tinha estado com Kássio antes, porque o magistrado estava em campanha para uma vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça), no lugar de Napoleão Nunes Filho, que se aposenta em breve.

A expectativa de aliados de Bolsonaro é que ele aproveite a vaga deixada por Kássio para fazer outro gesto político e indique um magistrado do Norte para o posto dele.

Para que isso ocorra, porém, é preciso que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) inclua o favorito do presidente na lista de seis nomes que submete ao mandatário para a escolha final do novo desembargador do TRF-1, já que a vaga é destinada ao quinto constitucional reservado aos advogados.

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