Novo aliado, Jefferson posta foto com arma e pede que Bolsonaro ‘demita’ ministros do STF
Apesar da postagem do ex-deputado, presidente da República não ter nenhum poder constitucional para tal atitude
O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, defendeu na manhã deste sábado (9) que Jair Bolsonaro (sem partido) demita e substitua os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, apesar de o presidente da República não ter nenhum poder constitucional para tal atitude. Jefferson postou foto segurando o que aparenta ser um fuzil.
“Estou me preparando para combater o bom combate. Contra o comunismo, contra a ditadura, contra a tirania, contra os traidores, contra os vendilhões da pátria. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, escreveu o dirigente partidário. Até às 11h deste sábado a foto tinha 3,8 mil curtidas no Twitter.
Ex-aliado de Fernando Collor de Melo e um dos condenados no escândalo do mensalão, Jefferson preside um dos partidos do centrão e passou a defender efusivamente Bolsonaro nos últimos tempos.
O próprio presidente da República chegou a assistir e recomendar uma live em que Jefferson acusava o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de arquitetar um golpe parlamentar.
“Bolsonaro, para atender o povo e tomar as rédeas do governo, precisa de duas atitudes inadiáveis: demitir e substituir os 11 ministros do STF, herança maldita. Precisa cassar, agora, todas as concessões de rádio e TV das empresas concessionárias GLOBO. Se não fizer, cai”, escreveu o político do PTB.
Bolsonaro tem se articulado com siglas do centrão, distribuindo cargos a essas legendas em troca de apoio no Congresso.
As declarações de Jefferson somam-se a manifestações antidemocráticas e de pressão sobre o STF que têm sido patrocinadas em Brasília e em outras cidades por apoiadores do presidente –algumas delas contando com a presença e incentivo do próprio presidente da República.
Após delatar o escândalo do mensalão em 2005, em entrevista à Folha, Jefferson teve o mandato de deputado federal cassado e foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal como um dos integrantes do esquema de desvio de dinheiro público que tinha em seu cerne políticos do governo do PT e dirigentes dos partidos que hoje formam o centrão.
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