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Weintraub diz que Bolsonaro o decepcionou e fala em unificar polícias

"O presidente Bolsonaro me decepcionou muito, eu não confio mais nele", disse o ex-ministro e pré-candidato ao governo de São Paulo


Por Folhapress Publicado 03/05/2022
Weintraub diz que Bolsonaro o decepcionou e fala em unificar polícias
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O pré-candidato ao governo de São Paulo Abraham Weintraub (PMB) criticou nesta terça-feira (3) o rival à direita Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) o decepcionou e repetiu a afirmação de que sofreu ameaças para desistir da disputa.

Ao participar da sabatina realizada por Folha de S.Paulo e UOL com postulantes ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro da Educação levantou dúvidas, sem apresentar provas, sobre a atuação de Tarcísio no período em que comandou o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) durante o governo Dilma Rousseff (PT).


Weintraub alcançou 1% na pesquisa Datafolha de abril, liderada por Fernando Haddad (PT), com 29%, à frente de Márcio França (PSB), com 20%, de Tarcísio, com 10%, e do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), com 6% -os dois últimos estão empatados no limite da margem de erro.


“O Tarcisio não tem nenhuma acusação de corrupção contra ele, mas ele foi indicado para o Dnit da Dilma, do Lula. Indicado pelo [ex-ministro] Moreira Franco e pelo Michel Temer. E, quando o Michel Temer virou presidente, ele ficou lá”, afirmou Weintraub no início da sabatina.


“Que eu saiba, ele [Tarcisio] não encaminhou ao Ministério P úblico nenhum caso de malfeito em dez anos”, acrescentou, dizendo que ele, quando comandou o MEC, relatou a autoridades denúncias de sobrepreço no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).


“Não diria que ele prevaricou. Eu acho que ele não participou de esquema, mas eu não vou afirmar que ele prevaricou”, afirmou, ao ser questionado se considerava que o adversário deixou de tomar providências ao tomar conhecimento de algum problema.


Weintraub repetiu a informação de que sofreu pressões e ameaças para largar a disputa ao governo paulista, atribuídas por ele ao presidente Bolsonaro. O pré-candidato disse ainda que Tarcisio foi lançado na disputa pelo bolsonarismo para “esvaziar a chance de aparecer qualquer outro nome”.


Ele disse ainda que o rival “tem uma estrutura gigantesca” de campanha, diferentemente dele, que não tem “estrutura nenhuma” nem “dinheiro do fundão” para pôr de pé sua pré-campanha.
Rompido com Bolsonaro, o ex-titular do MEC reiterou críticas à aliança do mandatário com o centrão, afirmando que ele errou ao fazer o movimento e “se perdeu pela vulnerabilidade”.


“Acho que houve uma aproximação com o centrão muito em função da chantagem que a estrutura, o mecanismo, fez contra o presidente. O presidente virou refém. E acabou cedendo. É aquela síndrome de Estocolmo”, disse. “O presidente Bolsonaro me decepcionou muito, eu não confio mais nele.”


Ao descrever propostas, Weintraub defendeu a unificação das polícias Civil e Militar como parte de um caminho para melhora da segurança pública do Estado.


A entrevista com o ex-ministro foi conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral, pelo colunista do UOL Leonardo Sakamoto e pela jornalista da Folha Carolina Linhares.


Weintraub deu a entrevista por videoconferência dos Estados Unidos, onde vive com a família desde que assumiu um cargo de direção no Banco Mundial, em meados de 2020. Ele diz que renunciou ao cargo neste ano para se dedicar à campanha em São Paulo.


Também nesta segunda, às 16h, a conversa será com o pré-candidato ao governo Elvis Cézar (PDT), ex-prefeito de Santana de Parnaíba. As sabatinas são ao vivo, com 60 minutos de fala.

RAIO-X

Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub, 50

Graduado em ciências econômicas pela USP e mestre em administração pela FGV, fez carreira como executivo no mercado financeiro e foi sócio de uma gestora de fundos. Aderiu à campanha do presidente Jair Bolsonaro, atuando na equipe de transição de governo e na Casa Civil. Foi nomeado ministro da Educação em 2019 e permaneceu 14 meses no posto, em gestão marcada por polêmicas. Foi indicado pelo governo para um cargo de direção no Banco Mundial, que resolveu deixar para se dedicar à pré-campanha. Alvo de investigações do Supremo Tribunal Federal sobre fake news e atos antidemocráticos, passou recentemente a criticar Bolsonaro. Filiou-se ao PMB (Partido da Mulher Brasileira) e é pré-candidato ao governo de São Paulo.

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