Alzheimer: geriatra esclarece dez mitos da doença
Sintomas característicos são perda de memória, dificuldade de atenção, orientação e outras atividades cognitivas, mudanças de comportamento e dificuldade para encontrar as palavras corretas durante uma conversa
De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer, cerca de 35,6 milhões de indivíduos sofrem com esse mal e no Brasil o número chega a 1,2 milhões. Estima-se que a quantidade de pessoas que receberão esse diagnóstico crescerá exponencialmente nos próximos anos por causa do envelhecimento da população. Seus sintomas característicos são perda de memória, dificuldade de atenção, orientação e outras atividades cognitivas, mudanças de comportamento e dificuldade para encontrar as palavras corretas durante uma conversa.
Os especialistas ainda não sabem explicar exatamente porque eles aparecem, mas já se sabe que entre os portadores há um aumento de proteínas, as beta-amiloides e a Tau, que prejudicam os neurônios e as conexões entre eles. Infelizmente a doença não tem cura e é progressiva. Por isso, os tratamentos são apenas paliativos, diminuindo o seu avanço e melhorando a qualidade de vida do paciente. Estar cercado de pessoas que saibam como lidar com a doença é muito importante para o indivíduo, o que faz com que os lares para idosos sejam boas opções quando a família não tem disponibilidade para dar o devido apoio à pessoa ou contratar um profissional especializado para fazer isso. Outra forma de ajudar as pessoas que sofrem com a doença é saber o que é e o que não é verdade em relação a ela. Veja quais são os mitos mais comuns:
1 – O Alzheimer só acomete pessoas idosas
Ele mais é frequente em indivíduos com idade avançada, já que está relacionada com o envelhecimento do cérebro. A chance de desenvolvê-la duplica a cada cinco anos depois dos 60, chegando a quase metade dos indivíduos com 85 anos ou mais. “Isso não significa que os jovens estão livres de enfrentá-la, mas, nesse caso, o problema costuma ser genético” afirma a Dra. Amabile Pandori, geriatra do Vivenda Quinta das Flores. Na dúvida, o ideal é procurar um geriatra, neurologista, psiquiatra ou clínico para que possam fazer uma investigação mais detalhada com a ajuda de exames de sangue e de imagem, como ressonância magnética.
2 – Ter um parente com a doença é sinal de que os seus descentes provavelmente sofrerão com ela também
Ela não costuma ser hereditária. Por isso, o fato de existir alguém na família que sofra com o mal não significa que os outros membros obrigatoriamente corram perigo. No entanto, existem alguns genes que podem ser herdados e que aumentam as chances do Alzheimer dar as caras, mas isso só acontece de 2 a 5% dos casos e eles precisam estar associados a outros fatores, como o envelhecimento, o diabetes e a falta de exercícios mentais, por exemplo, para levarem ao surgimento do mal.
3 – Esquecer as coisas na terceira idade é sinônimo de Mal de Alzheimer
“Pequenas falhas de memória e esquecimentos, principalmente de fatos recentes e detalhes, são normais nas pessoas mais velhas, estima-se que eles aconteçam em até 70% dos indivíduos com idade acima dos 70 anos” explica a especialista. E é bom que fique claro que eles não significam que a pessoa está sofrendo com a doença. Mas, se surgir qualquer dúvida, o ideal é procurar um médico para que ele faça os exames adequados e, se for o caso, comece o tratamento rápido para atrasar a evolução do quadro e melhorar a qualidade de vida do paciente o mais cedo possível.
4 – Perda de memória é o primeiro sintoma da doença
De acordo com a Dra. Amabile, alguns indícios podem aparecer muito antes desse sintoma, como ansiedade, depressão, sentimento de pânico, apatia, comportamentos inesperados, distúrbios do sono, desorientação no tempo e no espaço e incapacidade para resolver problemas simples. É importante que as pessoas próximas do indivíduo fiquem atentas a esses sinais.
5 – Quem sofre com esse mal fica totalmente alheio ao que acontece ao seu redor
Isso só acontece quando o quadro já está bem evoluído. Antes disso, o indivíduo se mantém consciente do que está acontecendo ao seu redor e é muito importante que as pessoas saibam disso, pois alguns familiares podem falar sobre os problemas associados ao caso na frente do paciente, fazendo com que ele fique emocionalmente ferido.
6 – Jogos que estimulam o raciocínio, as palavras cruzadas e o sudoku, por exemplo, ajudam a evitar a doença
Eles podem retardar o aparecimento da doença, amenizar os sintomas e até ajudar no tratamento, mas a sua prática não impede o desenvolvimento do mal. O mesmo vale para as atividades físicas.
7 – Homens e mulheres correm o mesmo risco de desencadear a doença
Os integrantes do time feminino apresentam duas vezes mais chance de desenvolver esse quadro. Os especialistas ainda não sabem explicar o porquê, mas acreditam que uma possibilidade é que elas vivem mais do que eles e a idade é um dos principais fatores de risco para o mal
8 – O diagnóstico do Alzheimer é muito difícil
Não existe um critério único confiável para que o médico possa determinar que se trata desse problema, mas com a ajuda de uma combinação de exames laboratoriais e de imagem e do perfil neuropsicológico do paciente é possível bater o martelo sobre a sua presença
9 – Os portadores da doença se esquecem do que acabou de acontecer, mas se lembram de fatos mais antigos
Isso é verdade quando o quadro está no início, mas, com o seu desenvolvimento, a pessoa pode esquecer inclusive o que aconteceu há muito tempo.
10 – A alimentação não tem relação com o problema
O que comemos influencia tanto na sua prevenção quanto na aceleração do seu processo de desenvolvimento. Não há dúvidas de que uma dieta balanceada e voltada para alimentos naturais e recheada de itens riscos em ômega-3 é a melhor opção para prevenir e retardar os sintomas do Alzheimer. Além disso, pesquisas recentes apontaram que os probióticos ajudam a combater a sua evolução.
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