Contra coronavírus, colégios de SP pedem que alunos troquem abraços por sorrisos
Os colégios estão fazendo desde campanhas para que os estudantes troquem "abraços por sorrisos"
Com o aumento de casos de coronavírus no Brasil, escolas particulares de São Paulo estão adotando diferentes estratégias relacionadas à doença entre seus alunos. Os colégios estão fazendo desde campanhas para que os estudantes troquem “abraços por sorrisos” – diminuindo assim o contato físico -, também instalaram recipientes de álcool em gel em todas as salas de aula e montaram planos para o caso de terem de suspender as atividades pelo risco de infecção.
No colégio Rio Branco, em Higienópolis, na área central de São Paulo, desde a retomada das aulas há uma preocupação com a doença, mas inicialmente o foco era entre os estudantes que tinham viajado para países com surto da doença. No entanto, com o aumento de casos no Brasil, a preocupação se ampliou. “Os cuidados e orientações que temos dado estão evoluindo conforme o avanço da doença, sempre seguindo o que recomendam as autoridades de saúde”, diz Esther Carvalho, diretora da escola.
Como agora a transmissão também ocorre localmente, a escola lançou na última semana uma campanha entre os alunos para que troquem abraços e beijos por sorrisos. A escola já vinha desde o início do ano reforçando a necessidade de hábitos de higiene, como lavar as mãos periodicamente e o uso de álcool em gel, mas sentiu que era necessária uma precaução maior.
“Nós brasileiros, de maneira geral, temos muito esse hábito, somos muito afetuosos fisicamente. Sabemos que essa mudança é mais difícil, mas se os alunos ficarem mais consciente e evitarem alguns desses hábitos, já é importante”, disse. A direção vai distribuir cartazes pela escola nos próximos dias.
“Abraçar e beijar os amigos e professores é algo muito próprio de nossa cultura, mas também devemos cuidar uns dos outros para lidarmos com a epidemia que estamos enfrentando. Então, quando encontrarmos nossos amigos e professores, vamos trocar os abraços e beijos por sorrisos”, diz o comunicado enviado aos alunos.
No colégio Bandeirantes, na zona sul da capital, depois de uma aluna de 13 anos ter sido confirmada com o coronavírus, a escola reforçou a comunicação para tranquilizar pais e alunos e aumentou a quantidade de recipientes de álcool em gel pela unidade. “São hábitos simples de prevenção que sempre estimulamos entre os alunos e que só precisam de um reforço. Desde 2009, quando houve o surto de gripe suína, instalamos e mantivemos álcool em gel nas salas de aula e áreas comuns”, diz a coordenadora Eneida Brito. A escola também definiu que as salas devem ficar com as janelas abertas para circulação do ar.
No colégio Dante Alighieri, também na região central paulistana, os cuidados com higiene foram reforçados, além da comunicação com pais e alunos. “Temos uma equipe médica na escola orientando porque muitas vezes a desinformação faz com que hábitos errados sejam adotados. Por exemplo, quando vemos um aluno usando máscara, explicamos que não há necessidade do uso e que, se ele tiver sintomas, a ação correta é não vir para a escola”, diz Valdenice Minatel, diretora educacional.
A escola também tem feito reuniões para preparar um plano de contingência caso as aulas tenham que ser suspensas por causa da doença. “O que também não é uma novidade para nós, já que em 2009 ficamos 13 dias sem aula por causa da gripe suína. Naquela época, a tecnologia nos ajudou muito. Agora, uma década depois, acredito que o desafio será muito menor”, diz.
O Rio Branco também estuda um plano para o caso de suspensão, usando aulas por vídeo e atividades por meio de uma plataforma digital. “Mas só faremos isso caso haja uma determinação das autoridades de saúde, como o Ministério da Saúde”, diz Esther.
O Avenues, colégio de elite da capital paulista, decidiu na sexta-feira, 6, suspender as aulas após a confirmação do diagnóstico de coronavírus de um aluno do 7º ano. Enquanto isso, a instituição pretende ter aulas a distância.
Entre os 30 casos confirmados no Brasil até a noite desta segunda-feira, 9, também há uma paciente de 47 anos de Divinópolis (MG), cujos dois filhos adolescentes têm recebido tarefas pedagógicas por e-mail, telefone e videoconferência.
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