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Entenda posições da Fifa sobre Palmeiras ter Mundial e o que foi a Copa Rio

Texto recente no site da Fifa, sobre a final da Libertadores, voltou a chamar o clube de primeiro campeão intercontinental


Por Folhapress Publicado 05/02/2021
Foto: Divulgação/Conmebol

No último sábado (30), o Palmeiras conquistou o bicampeonato da Libertadores ao vencer o Santos no Maracanã por 1 a 0. O título deu a possibilidade de o time alviverde disputar o Mundial de Clubes, no Qatar, em busca de um troféu inédito.
Esse ineditismo, porém, não é aceito por grande parte dos torcedores alviverdes e pelo próprio clube, que reivindicam há anos a alcunha de primeiro campeão do mundo.

O motivo: em 22 de julho de 1951, a equipe venceu a Copa Rio, a primeira grande competição internacional de clubes de que se tem registro. Organizado pela CBD (atual CBF), o torneio teve São Paulo (Pacaembu) e Rio de Janeiro (Maracanã) como sedes e oito equipes participantes: Palmeiras (campeão paulista de 1950 e do Rio-São Paulo de 1951), Estrela Vermelha (campeão da Copa da Iugoslávia, em 1950), Áustria Viena (campeão austríaco em 1949-50), Juventus (campeã italiana de 1949-50), Nacional (campeão uruguaio de 1950), Nice (campeão francês de 1950-51), Sporting (campeão português da temporada 1950-51) e Vasco, campeão carioca de 1950.

O título palmeirense veio após final em duas partidas contra a Juventus. No primeiro confronto, 1 a 0 para o time alviverde, e no segundo, um empate em 2 a 2 diante de mais de cem mil torcedores, que gritavam “Palmeiras” e “Brasil” sem parar, segundo relatos de jornais e rádios da época. O torcedor voltava a sorrir no mesmo palco em que chorou o Maracanazo um ano antes.

De 1960 a 2004, a principal disputa entre clubes de diferentes continentes passou a ser a Copa Intercontinental, que não era organizada pela Fifa e envolvia apenas sul-americanos e europeus.

Já a entidade máxima do futebol organizou Mundiais em 2000 (vencido pelo Corinthians) e a partir de 2005, quando os intercontinentais foram encerrados. Em 2017, o conselho da Fifa decidiu que passaria a considerar títulos mundiais tanto os dos intercontinentais quanto os dos torneios com a sua chancela. Já a Copa Rio de 1951 não recebeu esse aval da entidade.

Isso contrariou posição que a própria Fifa havia manifestado em 2014, ano em que o Brasil sediou a Copa do Mundo. Na época, o clube contou com lobby do então ministro do esporte, o palmeirense Aldo Rebelo, e recebeu mensagem enviada pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, reconhecendo a competição como o primeiro título mundial de clubes da história.

O presidente da entidade na época, Joseph Blatter, também repetiu em entrevistas que o Palmeiras foi o primeiro campeão mundial de clubes.
Ainda em 2016, no aniversário de 65 anos da conquista da Copa Rio, a Fifa postou fotos da final em sua conta no Instagram parabenizando o Palmeiras, o “primeiro campeão mundial intercontinental de clubes”.

A postagem, que inicia com “Verde é a cor da inveja”, também cita a recepção do time na volta a São Paulo, quando 1 milhão de pessoas teriam tomado as ruas da cidade para festejar a taça, segundo relatos da época. A população da capital paulista era de aproximadamente 2 milhões.

Texto recente no site da Fifa, sobre a final da Libertadores, voltou a chamar o clube de primeiro campeão intercontinental. Mas o fato é que nunca houve uma decisão tomada em conselho igualando a conquista palmeirense às outras edições reconhecidas por ela como títulos mundiais de clubes.

O Torneio Internacional de Clubes Campeões, nome oficial da Copa Rio, teve uma segunda e última edição em 1952, quando o Fluminense bateu o Corinthians na grande final. Assim como a paulista, a equipe carioca também lutou pelo reconhecimento de seu título e ainda faz alusões frequentes à conquista.

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