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Mesmo com vagas na rede pública, Rio tem 758 suspeitos de covid esperando leitos

Fila por uma vaga em um hospital dedicado ao combate à doença acontece mesmo que os órgãos de saúde assegurem que ainda há leitos disponíveis


Por Estadão Conteúdo Publicado 14/05/2020
Foto: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro

Principal foco de contaminação pelo novo coronavírus no estado, o Rio tem nesta quinta-feira (14), 758 pessoas aguardando transferência para leitos dedicados à covid-19, sendo 320 para UTI. A fila por uma vaga em um hospital dedicado ao combate à doença acontece mesmo que os órgãos de saúde assegurem que ainda há leitos disponíveis.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em toda a rede pública da capital fluminense – que inclui leitos de unidades de saúde municipais, estaduais e federais – há 1.569 pacientes internados com suspeita de covid-19, sendo 497 em UTI. A taxa de ocupação de leitos de UTI para a doença é de 91% na rede pública do município e a de enfermaria para pacientes com suspeita com o novo coronavírus é de 80%.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), por sua vez, informou que a ocupação em toda a rede estadual é de 79% em leitos de enfermaria e 86% em leitos de UTI. “No total, em toda a rede pública, 390 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para UTIs, que podem ser regulados para as diferentes redes, seja ela municipal, estadual ou federal”, afirmou o órgão, em nota.

A SES confirmou que ainda há vagas disponíveis na rede sob gestão do Estado – Hospital Regional Zilda Arns e hospitais de campanha Lagoa-Barra, Maracanã e Parque dos Atletas -, e que diariamente novas vagas são abertas (e ocupadas) nas outras unidades por motivo de alta, transferência ou óbitos de pacientes.

Questionada pela reportagem sobre o motivo de haver leitos disponíveis mesmo que haja uma grande fila de espera, a SES informou que as vagas em hospitais de referência ou campanha são liberadas “gradativamente”. Segundo o órgão, unidades de saúde recém-inauguradas não podem operar com capacidade máxima num primeiro momento, seja por falta de profissionais, equipamentos ou mesmo devido à ambientação aos novos espaços. A secretaria esclareceu ainda que, nos demais hospitais sob gestão estadual, é preciso deixar leitos disponíveis para pacientes com outras enfermidades.

Sobre as vagas que aparecem como ociosas, a SMS repetiu a informação de comunicado anterior e disse que “que os leitos que aparecem como ‘livres’ na plataforma da regulação estão em unidades especializadas, como maternidades, psiquiátricas e pediátricas, e que não podem ser usados para covid-19, já que a rede continua de portas abertas para pacientes com outras necessidades”. Essas vagas são motivo de disputa judicial entre a Prefeitura, o Ministério Público e a Defensoria Pública – os dois órgãos querem que os leitos sejam disponibilizados para pacientes em tratamento do novo coronavírus.

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