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A Mulher da Casa Abandonada

Casarão histórico virou "ponto turístico" em São Paulo após segredo revelado em podcast e gera polêmicas envolvendo Margarida Bonetti, protagonista da história


Por Folhapress Publicado 24/07/2022
A Mulher da Casa Abandonada
O caso da mulher da casa abandonada na rua Piaui em Higienópolis na zona oeste de São Paulo, continua sem solução. Profissionais da saúde do município compareceram na manhã da quinta-feira (21) para nova avaliação médica na moradora Margarida Bonetti, mas por ordem (por telefone) de sua advogada, Dra. Helena Mônaco, sua cliente estaria indisposta e não foi permitida a entrada dos profissionais. – Foto: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress

Uma casa abandonada, cercada de imóveis de luxo em Higienópolis, se tornou um ponto de visitação após ter seu segredo revelado. A movimentação foi despertada pelo podcast A Mulher da Casa Abandonada, da Folha.

Foi numa noite em que passeava com seu cachorro que Chico Felitti se deparou pela primeira vez com a mansão que, tempos depois, desembocaria num marco do podcast brasileiro.

Caindo aos pedaços, o casarão roubou a atenção do jornalista, que ficou curioso para entender como um imóvel num dos bairros mais ricos de São Paulo chegou àquele estado decadente.

Meses depois, Felitti não só teria essa resposta, como também contaria a uma legião de pessoas detalhes do casarão e, sobretudo, da pessoa que até poucas semanas atrás vivia nela, Margarida Bonetti.


E, se antes a casa era só um mais um imóvel abandonado na capital paulista que passava despercebido por muitos, agora ele se tornou um símbolo da herança escravocrata do Brasil e, ao mesmo tempo, um point para selfies descontraídas, dancinhas de TikTok e passeios entre amigos.

“Está tendo de tudo, de pichação na casa [xingando a moradora] a cosplays imitando Margarida Bonetti”, diz Felitti, ao comentar algumas das reações que tem visto pelas redes desde desde a viralização de “A Mulher da Casa Abandonada”, podcast investigativo da Folha de S.Paulo, lançado no mês passado e apresentado por ele.

O PODCAST


Dividido em sete episódios, o podcast investiga o passado de Bonetti, uma mulher que esconde o rosto com uma camada pastosa de pomada branca e, em 2000, foi condenada pelo FBI por submeter alguém a trabalhos domésticos análogos à escravidão nos Estados Unidos.

A pena, no entanto, nunca foi cumprida, porque a criminosa fugiu para o Brasil e ficou morando na tal mansão, que era de sua família.


Felitti diz que sempre soube do potencial do podcast, mas afirma estar até agora surpreso com o tamanho da repercussão e, sobretudo, do que tem acompanhado nas últimas semanas.


“Eu não estou produzindo mais nada. Parei até de escrever meu próximo livro [que lança em novembro], porque simplesmente não consigo. Agora, fico o dia inteiro falando sobre o caso, respondendo mensagens nas redes sociais e atendendo ligações”, conta. “Meus últimos 15 dias têm sido um balcão de ‘A Mulher da Casa Abandonada‘.”


Essas conversas que não param de chegar, de acordo com ele, vêm de cantos -e com propósitos- bem diferentes.

Tem quem diz ter convivido com Bonetti e quer contar tudo o que sabe, interessados em transformar a investigação, por exemplo, em livro, ou série de TV, parentes da mulher e até mesmo gente ligada ao poder público, como um delegado com quem ele havia conversado minutos antes desta entrevista.

Podcast A Mulher da Casa Abandonada Margarida Bonetti
Foto: Eduardo Knapp/Folhapress


“Esse delegado diz que [desde o lançamento do podcast] está surgindo muita denúncia contra trabalho análogo à escravidão. Vários inquéritos estão sendo abertos. É algo que me interessa ouvir, por pura curiosidade mesmo. Não vou escrever nada sobre isso, ou pelo menos não agora. O podcast já está feito.”

SUCESSO


Enquanto Felitti ouve novas histórias relacionadas ao caso e troca conversas sobre o assunto, há quem esteja surfando na onda do sucesso de “A Mulher da Casa Abandonada” publicando conteúdos de entretenimento, se distanciando do ar pesado do crime hediondo envolvendo Bonetti e ganhando milhares de curtidas nas redes.


No TikTok, há dezenas de vídeos que mostram jovens reunidos em frente à mansão, da qual Bonetti parece ter saído dias após a movimentação em frente à casa virar rotina. Empurra-empurra e invasões ao imóvel já são cenas frequentes por ali.


Tem quem vá ao local para postar vídeos com trilha sonora de terror, xingar Bonetti, vandalizar a casa, dançar em frente à fachada para divulgar música nova, narrar partes do caso e até mesmo “trollar” os visitantes, fingindo ter visto a mulher.


“O que é nosso é o podcast. É por ele que eu o jornal respondemos. Só isso”, diz Felitti. Vale ressaltar, portanto, que a Folha de S.Paulo repudia qualquer forma de perseguição.

AVISO LEGAL


“Nós incluímos depois um disclaimer [aviso legal] nos episódios, reforçando que se trata de um podcast investigativo. Não é ficção. E também não é um trabalho da Justiça, ou de polícia. É jornalismo. Demos espaço para todo mundo se pronunciar, inclusive a própria Margarida Bonetti.”


O último episódio, foi ao ar no dia 20, trouxe a gravação da conversa do jornalista com a mulher que, ao lado do então marido, René, submeteu alguém a agressões físicas, verbais e trabalhos análogos à escravidão por mais de 20 anos.


“A série não sairia se eu não tivesse documentado que Margarida estava ciente de que um podcast sobre a vida dela seria publicado e de que ela tinha espaço para dar sua versão”, conta Felitti. “Mas como oferecer isso para alguém que está trancafiado numa casa, não sai para nada e não atende ao telefone?”

JORNALISTA ACAMPOU EM FRENTE À MANSÃO


Assim, depois de meses imerso na apuração, o jornalista decidiu acampar em frente à mansão. Era preciso trocar esse papo com Bonetti. Ele conta que foram três dias na barraca até que, enfim, conseguisse a atenção da moradora, que ao ver o jornalista admitiu ser quem realmente era, algo que negava a muitos.


“Ela disse que é um caso horroroso e que ia falar comigo, mas aí se trancou novamente. Pensei que a entrevista não fosse acontecer, mas já estava feliz de ter gravado que ela estava ciente do podcast”, conta Felitti.


Para a surpresa do jornalista, porém, naquele mesmo dia, Bonetti telefonou a ele e cedeu uma entrevista de quase duas horas e meia.

“Nenhum tópico ficou de fora da conversa.” Depois da entrevista, Bonetti ainda trocou rápidas mensagens com o jornalista, mas nunca mais se falaram desde então.


Ainda que o podcast venha causando indignação nas pessoas, Bonetti dificilmente será presa, diz Felitti.

CONVERSAS



“No sexto episódio, que sai nesta semana, a gente esmiúça o que houve juridicamente no caso, na herança da família dela e o por que não existem grandes possibilidades de Margarida responder por esse crime.”


Uma das poucas pessoas com quem Bonetti mantém certo contato, o porteiro Francisco, que aparece num dos episódios, contou a Felitti que a mulher do casarão detonado ouviu os dois primeiros episódios do podcast e ficou chateada porque o jornalista, segundo ele, errou um dos nomes de seus cachorros.


“Talvez eu dê um ‘Erramos’, porque, aparentemente, falei o nome do cachorro que já tinha morrido.”

MARINA LOURENÇO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)


A MULHER DA CASA ABANDONADA


A Mulher da Casa Abandonada é uma série do jornalista Chico Felitti e conta a história de Margarida Bonetti, moradora de um imóvel abandonado, em Higienópolis.

Conhecida no bairro, a mulher, que se esconde há anos na casa, escapou da lista de procurados do FBI por acusações criminais nos EUA entre a década de 1970 e a virada dos anos 2000.


O podcast, que estreou em 8 de junho, está na lista dos mais ouvidos e compartilhados do Spotify e tem levado pessoas diariamente a percorrer as ruas próximas à praça Vilaboim em busca da casa abandonada.


“Jamais imaginei essa repercussão. Fico contente que a história tenha despertado a curiosidade das pessoas, mas também preocupado que o documentário escape de forma perigosa para o mundo real”, diz Felitti.

POLÍCIA INVESTIGA SE HOUVE ABANDONO DE INCAPAZ DE MULHER DA CASA ABANDONADA

A Polícia Civil de São Paulo investiga se houve abandono de incapaz da “mulher da casa abandonada”. Margarida Bonetti foi acusada, nos Estados Unidos, de ter mantido uma funcionária em condições análogas à escravidão entre o fim da década de 1970 e o começo dos anos 2000.


MARGARIDA BONETTI MORA NA CASA ABANDONADA HÁ DUAS DÉCADAS


duas décadas Margarida mora em uma mansão em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista. Atualmente, o imóvel está coberto por “vasta vegetação” e sem saneamento básico, de acordo com o boletim de ocorrência registrado.

VIDA NOS EUA


Ela foi para a residência após deixar os Estados Unidos em meio à investigação que apurou o crime de manter a empregada em condição análoga à escravidão – na mesma época em que seu pai morreu.

Condenado em 2001 a seis anos e meio de prisão, o engenheiro brasileiro Renê Bonetti, marido de Margarida, cumpriu pena pelo crime nos Estados Unidos.

INVESTIGAÇÃO NO BRASIL


A Polícia Civil de São Paulo informou ter aberto investigação após receber ligações da vizinhança com relatos de que residia no imóvel “uma pessoa que apresenta problemas de saúde mental, e que estaria necessitando de ajuda”, informou o boletim de ocorrência.

Margarida, seu filho e sua irmã, no entanto, não foram localizados para que pudessem se posicionar sobre o caso.



MAU CHEIRO E CÃES RESGATADOS NA MANSÃO

Polícia entra na Casa Abandonada e encontra Margarida Bonetti
A Polícia Civil de São Paulo realiza na tarde desta quarta-feira (20) um mandado de busca e apreensão na residência retratada pelo podcast A Mulher da Casa Abandonada. A operação faz parte de um inquérito que investiga um possível abandono de incapaz tendo como vítima Margarida Bonetti, moradora do local e protagonista da série do jornal Folha de S.Paulo. – Foto: Eduardo Knapp/Folhapress


A reportagem esteve na frente da mansão, onde verificou grande presença de curiosos, que sacaram os seus celulares para registrar detalhes do imóvel e conversaram com a vizinhança em busca de detalhes da história.


Em entrevista ao UOL, o delegado Roberto Monteiro, da Seccional do Centro de São Paulo, relacionou a investigação às denúncias levadas à Polícia Civil pela própria vizinhança.


“Nós recebemos denúncias de vizinhos, que reclamaram do mau cheiro e da presença de dois cães em sofrimento. Inclusive, há relatos de que a pessoa que morava ali jogava excrementos humanos pela janela”, disse.

INDÍCIOS DE POSSÍVEL TRANSTORNO MENTAL


Com base nos relatos dos moradores do entorno, Monteiro vê indícios de possível transtorno mental.


Ela [Margarita Bonetti] vive em uma casa sem água, sem esgoto e em situação precária, em uma casa abandonada. Se está lá dentro nessas circunstâncias, supostamente houve abandono por parte da família. É importante que se apure se houve abandono de incapaz. Vamos ouvir membros da família para obtermos informações desse caso tão misterioso.” Roberto Monteiro, delegado

A Polícia Civil fez levantamento junto à Justiça norte-americana para verificar se há mandado de prisão em aberto contra ela. Mas nada foi encontrado, de acordo com o delegado.

“Ela foi acusada com o marido, que foi preso por colocar a empregada doméstica em situação análoga à escravidão. Mas não há mandado de prisão pendente contra ela por lá”, afirmou Monteiro.


O delegado confirmou a história contada pelo podcast “A Mulher da Casa Abandonada”, citando o contato restrito com os vizinhos e reclamações relacionadas ao corte de árvores na rua.

“Ela tinha pouco contato com a vizinhança. Quando tinha, inventava uma história complexa sobre um suposto complô para cortar as árvores.”


‘INDÍCIOS DE PROCESSO DELIRANTE’


A reportagem conversou com profissionais da área da saúde que ressaltam que não tiveram contato com Margarida Bonetti. Por isso, fizeram apenas uma análise com base em relatos que ouviram.


O psicanalista Christian Dunker vê sinais de transtornos mentais em ações atribuídas a Margarida Bonetti.

“Há indícios de um processo delirante. Isso pode acontecer em vários transtornos mentais”, avalia.

ISOLAMENTO DE MARGARIDA


No caso de Margarida, Dunker cita o isolamento dela na mansão como uma forma de “proteção” em meio a um delírio, onde ela pensa estar sendo vítima de perseguição.


A casa vira uma espécie de bunker [como são chamadas estruturas no subsolo de imóveis para resistir a projéteis de guerra] para uma pessoa que pensa que tem sempre algo ou alguém querendo prejudicá-la. Quem entra, vai trazer veneno ou vai mexer naquela ordem delirante que está ali.” Chrtistian Dunker, psicanalista.


“Ela é uma pessoa inacessível. Qualquer um que se aproximar, seja um médico, um psicólogo ou o próprio familiar, vai assumir o lugar do ‘perseguidor'”, complementa.


O psicanalista acredita na possibilidade de que Margarida não sabia que estava cometendo um crime nos Estados Unidos, em episódios que envolviam puxões de cabelo e até uma sopa quente jogada contra o rosto da vítima.


A psicóloga Julia Bongiovanni, que atua na área de saúde mental e acompanha o podcast “A Mulher da Casa Abandonada”, concorda.


“Não parece ser só a perversão de uma infratora da lei. Parece ser o caso de uma pessoa que não consegue responder pelos próprios atos. Pelo que consta nos episódios, há indícios de que ela [Margarida] estaria em sofrimento psíquico e de que precisa de cuidados de saúde mental, principalmente pela situação de insalubridade onde ela vive.”

DELÍRIOS


Dunker entende, ainda, que a narrativa dela de que havia um esquema de corrupção envolvendo o corte de árvores deu continuidade ao “delírio”.

“Provavelmente, os funcionários da Prefeitura de São Paulo entraram no lugar do ‘perseguidor’. Ela vê no outro um potencial perseguidor, e está lutando contra esse inimigo imaginário.”

HERCULANO BARRETO FILHO
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

POLÍCIA ENTRA NA CASA ABANDONADA E ENCONTRA MARGARIDA BONETTI

A Polícia Civil de São Paulo realizou na tarde da quarta-feira (20) um mandado de busca e apreensão na residência retratada pelo podcast A Mulher da Casa Abandonada.


A operação faz parte de um inquérito que investiga um possível abandono de incapaz tendo como vítima Margarida Bonetti, moradora do local e protagonista da série do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com os policiais, a mulher se recusou a abrir a porta do imóvel e, por isso, eles arrombaram uma janela para conseguir entrar. Já lá dentro, ela ofereceu resistência física e tentou agredir os agentes.


Vizinhos tinham afirmado mais cedo que ela não estava no local.


Policiais descreveram o interior da casa como insalubre e afirmaram que o local está cheio de lixo, restos de comida e com cheiro forte de coisas estragadas. Eles encontraram um cachorro embaixo de um móvel e o retiraram do local.

OPERAÇÃO TEVE COMO OBJETIVO PROTEGER MARGARIDA


Os policiais afirmam que operação tem como objetivo proteger Margarida Bonetti e que a presença dela dentro da casa, nas condições de higiene encontradas durante a operação, apresentavam riscos.


A concessionária de energia Enel afirmou que não há contas de luz pendentes. A companhia disse, no entanto, que vai verificar sobre a validade dos registros e da medição.

CURIOSOS


Mais de cem pessoas se aglomeram na frente da casa durante a operação. Algumas pessoas gritam xingamentos contra Margarida.


A investigação policial teve início depois que vizinhos do imóvel em Higienópolis (no centro de São Paulo) ligaram para diversas delegacias afirmando que uma pessoa que apresentava problemas de saúde mental estava no local e precisava de ajuda.


O procedimento foi aberto no início de julho, depois que os primeiros episódios do podcast já tinham sido publicados.


O delegado Marcelo Palhares, do 4º DP (Consolação), afirmou que a polícia quer saber “se as condições de habitar a casa são dignas”. De acordo com ele, familiares de Margarida podem ser responsabilizados por abandono de incapaz.


O imóvel atualmente é alvo de uma disputa na Justiça entre os herdeiros, incluindo Margarida.

No último episódio da série, publicado quarta-feira (20), ela se defende da acusação de ter mantido a empregada em condições análogas a escravidão: diz que elas dividiam a casa na condição de amigas e também afirma que passava a maior parte do ano no Brasil, distante tanto de seu marido como da mulher.

GUSTAVO FIORATTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

CUIDADOS COM O ENDEREÇO DO CASARÃO ABANDONADO


Chico Felitti, jornalista responsável pelo podcast, conta que teve o cuidado de não divulgar o endereço e imagens da casa e de Margarida. Nas redes sociais, no entanto, muitas pessoas têm postado selfies em frente ao imóvel.


“Eu pediria para as pessoas terem cautela para que um crime não resulte em outros em crimes. Vejo com receio a possibilidade de atitudes violentas contra a mulher. Há relatos de pessoas que passam xingando, gritando para ela. Não podemos responder à violência com violência”, diz.


“Não nos falamos desde que o podcast foi ao ar, mas sei que ela ouviu os episódios”, afirma.

ONDE OUVIR A MULHER DA CASA ABANDONADA


Quatro episódios do podcast estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, como SpotifyApple Podcasts e Deezer. Todas as quartas-feiras, às 7h , um novo episódio vai ao ar, até 20 de julho.


O podcast é apresentado e escrito por Felitti, autor do livro “Ricardo & Vânia”, que narra a história de vida de um artista de rua conhecido como Fofão da Augusta. E que foi finalista do Prêmio Jabuti de 2020.

Felitti também criou e apresenta “Além do Meme”, série documental em áudio exclusiva do Spotify. A série foi eleita o Podcast do Ano pelo Prêmio Splash UOL em 2020.

PRODUÇÃO


A série tem participação da atriz e dramaturga Renata Carvalho, que interpreta em português as entrevistas feitas em inglês. De Magê Flores, que apresenta o Café da Manhã, podcast diário da Folha, e também coordena a produção de A Mulher da Casa Abandonada. A edição de som do podcast é de Luan Alencar, e a produção é de Beatriz Trevisan e Otávio Bonfá.

CHICO FELITTI

Autor dos livros “Elke: Mulher Maravilha”, “A Casa: A História da Seita de João de Deus” e “Ricardo e Vânia” -este finalista do prêmio Jabuti de 2020-, Felitti se prepara agora para lançar, em novembro, “As Rainhas da Noite”, que conta a história de três travestis que comandaram uma máfia no centro de São Paulo entre as décadas de 1970 e 2000, Andréa de Mayo, Cris Negão e Jacqueline Blábláblá.


“Minha maior gana é descobrir uma história notável”, diz o jornalista, ao comentar a sua fama de ter bom faro para grandes reportagens.

“Outro dia, estava num elevador, conheci alguém e comecei uma conversa que, talvez, seja o tema do meu próximo podcast. Minhas histórias nascem na mesa de bar, na rua, no dia a dia, quase sempre fora das situações profissionais. Esse é meu tesão desde sempre.”

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