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Câmara de Limeira instaura CPI da Hapvida

CPI vai investigar o uso do chamado kit-covid no tratamento de pacientes internados na Medical de Limeira, além das denúncias de falhas no atendimento de pacientes no hospital


Por Redação Educadora Publicado 25/10/2021
Foto: Divulgação/Medical

Foi instalada, durante a sessão da Câmara de Limeira desta segunda-feira (25), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a queixas relacionadas à qualidade do atendimento prestado pela Hapvida, que comprou o Hospital Medical de Limeira há um ano. Além disso, a CPI deve investigar a utilização do chamado kit covid para o tratamento de pacientes internados com a doença no hospital.

Antes da instalação da CPI, o vereador Anderson Pereira (PSDB) havia protocolado um projeto de requerimento para que fosse criada uma Comissão de Assuntos Relevantes para investigar as irregularidades. No entanto, de acordo com Pereira, a Comissão de Assuntos Relevantes perdeu o objeto. No total, nove vereadores foram favoráveis à criação da CPI. Os parlamentares Anderson Pereira (PSDB), Lemão da Jeová Rafá (PSC), Ju Negão (PV), Ceará (Republicanos), Nilton Santos (Republicanos), Dr. Júlio (DEM), Isabelly Carvalho (PT) e Constância Félix (PDT) e Elias Barbosa (PSC) assinaram a favor da Comissão.

De acordo com o requerimento, a CPI da Hapvida tem como objetivo esclarecer queixas relacionadas à qualidade do serviço prestado pela operadora de planos de saúde desde que o Hospital Medical foi adquirido pelo grupo, incluindo informações sobre a aquisição das instalações da Medical pelo sistema, processos judiciais movidos contra a Hapvida em Limeira e averiguar a a execução do contrato de prestação de serviço que a operadora mantém com a Prefeitura de Limeira. Além disso, a comissão quer “avaliar informações de repercussão nacional, estadual ou municipal a respeito dos serviços prestados pela operadora Hapvida aos seus pacientes desde o início das suas operações no município”, cita o documento.

Os membros da CPI devem ser definidos na sessão do dia 1° de novembro. No total, cinco parlamentares devem ser escolhidos pelas lideranças, sendo um presidente, um relator e mais três membros. O único integrante já definido é Anderson Pereira, que é considerado membro nato por ter feito o requerimento da CPI.

O CASO

O sistema Hapvida, que opera no Hospital Medical de Limeira, foi citado em reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, veiculada no dia 4 de outubro, que traz depoimentos de médicos conveniados que afirmam terem sido pressionados a prescrever medicamentos do chamado kit-covid – como hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina – para o tratamento de pacientes internados com covid-19 em hospitais da rede. Logo no início, a reportagem cita que “em um áudio enviado a médicos do Hospital Medical, em Limeira, o coordenador da unidade cobrava prescrição do ‘kit covid’.” Entre os remédios que compõem o kit estão a cloroquina, a hidroxicloroquina, a ivermectina e a azitromicina.

Através de nota enviada à Educadora, a Hapvida diz que na fase inicial da pandemia do coronavirus pouco se sabia sobre a doença e “no passado, havia um entendimento de que a hidroxicloroquina poderia trazer benefícios aos pacientes. No melhor intuito de oferecer todas as possibilidades aos nossos usuários, houve uma adesão relevante da nossa rede, que nunca correspondeu à maioria das prescrições.”

A nota cita ainda que “a adoção da hidroxicloroquina foi sendo reduzida de forma constante e acentuada. Hoje a instituição não sugere o uso desse medicamento, por não haver comprovação científica de sua efetividade. Mas segue respeitando a autonomia e a soberania médica para determinar as melhores práticas para cada caso, de acordo com cada paciente.”

As denúncias foram apresentadas aos representantes do sistema Hapvida/Medical, o diretor de Operações – Sul/Sudeste, Antonio Claudio Gregoratto, o vice-presidente de Integração, Heraldo Silva, e o vice-presidente Comercial, durante reunião com a Comissão de Saúde da Câmara de Limeira, realizada no último dia 21 de outubro. Na reunião, os diretores do grupo negaram o uso do kit-covid nos hospitais que fazem parte do convênio e afirmaram que não obrigaram os profissionais a adotarem uma coleção de medicamentos durante a pandemia. “A Medical nunca obrigou nenhum médico a prescrever kit covid, defendemos a autonomia médica”, disse.

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